E acordar com a dúvida: compro um NFT ou uma mala de luxo?

A mim nunca me aconteceu, mas bem vindos à Era do Luxo Intangível, uma nova categoria que se pode transformar num motor de crescimento do setor.

Num mercado com códigos próprios como é o do luxo, é natural que alguns ainda olhem com ceticismo para estudos que nos dizem que o crescimento futuro do setor pode ser alavancado pelos chamados produtos intangíveis. Atualmente, representam apenas 1% do mercado global de bens de luxo, mas é uma categoria com potencial de crescimento e que, segundo um estudo recente da Bain & Co., deverá valer entre 60 mil milhões a 120 mil milhões de euros, até 2030. Traduzido para números, o que parecia literalmente intangível já começa a ser tangível, certo?

E, sim, estamos a falar de NFTs (non-fungible token), de moda digital, de produtos virtuais colecionáveis, ou seja, toda uma nova categoria de produtos de luxo baseados na tecnologia, no desenvolvimento da Web3.0, do metaverso e que se prevê que atinja até final da década uma quota do mercado de 10% a 20%. E, neste cenário futurista (mais para uns, do que para outros), há também um dado importante,  o luxo intangível pode tornar o próprio setor do luxo mais sustentável, ou seja, a indústria cresce produzindo menos e tendo um impacto menor no planeta.

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Num artigo publicado no Fashion Network, 2022 é apontado como um ano recorde para o mercado global de bens de luxo, impulsionado principalmente pelas vendas de acessórios, que estão literalmente a subir, registando um crescimento de dois dígitos. No topo dos mais vendidos, estão as malas de pele, as joias e os relógios.

Este ano, todas as categorias de produtos ganharam terreno, incluindo as que ficaram para trás num passado recente, como a beleza, graças à recuperação da maquilhagem e do pronto-a-vestir, que está a crescer com o streetwear. No entanto, os acessórios afirmam-se como os verdadeiros líderes, com os artigos de couro e joalharia, e também graças a um surpreendente boom nas vendas de relógios" explica Federica Levato, co-autora do estudo, em entrevista ao Fashion Network.

A relojoaria deverá crescer entre 22% a 24% em 2022, atingindo os 52 mil milhões de euros. Continua a ser um setor atrativo para várias gerações, símbolo de prestígio e sinónimo de um bom investimento. A receita do mercado da joalharia deverá aumentar entre 23% a 25%, situando-se nos 28 mil milhões de euros. Já em relação às malas de pele, a categoria deverá gerar uma receita total estimada em 80 mil milhões de euros, o equivalente a um crescimento de 23%-25%, impulsionada pelos modelos icónicos.

Em matérias de acessórios, assiste-se à criação de edições limitadas ou produtos exclusivos, que fazem com que este mercado seja cada vez mais comparado ao da arte. Mas a arte também surge em formas como NFTs… e o luxo, mais uma vez, reinventa-se e continua a fazer-nos sonhar.

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