Dia Internacional da Preguiça: psicóloga mostra o lado bom de não fazer nada

No Dia Internacional da Preguiça, tira proveito dela. Se alguém reclamar, mostra o que uma psicóloga diz à Versa.

Se o animal preguiça tem direito a um dia especial no calendário, também o estado de não fazer nada tem de o ter. Esta segunda-feira, 7 de novembro, celebra-se o Dia Internacional da Preguiça, e não deixa de ser curioso o facto de coincidir com o dia da semana em que menos nos apetece ser ativos. E está tudo bem com isso.

“A preguiça muitas vezes é o ato de não fazer nada e de nos permitirmos a estar connosco próprios.” 

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A definição da psicóloga Marta Martins Leite, das Clínicas Leite, vai ao encontro do propósito inerente ao Dia Internacional da Preguiça e serve para nos lembrar de que o descanso é fundamental para o nosso bem-estar.

Num mundo em que nos pedem para sermos e fazermos tudo — cuidar de nós, dos filhos, da casa e também do planeta em que vivemos — sentir necessidade de parar pode dizer mais sobre nós do que pensamos. A psicóloga Marta Martins Leite dá-nos a conhecer o outro lado da preguiça, por isso, quando ela vier, rende-te. Não te vais arrepender.

O que pode levar-nos a ser preguiçosos? 

O desânimo, acontecimentos de vida. Há uma série de fatores que podem levar uma pessoa a ser preguiçosa. Os hábitos incutidos em criança são extremamente importantes e definem muito daquilo que somos na vida adulta. Acaba por nos mudar, para o bem e para o mal. Cabe-nos a nós, a partir da vida adulta, criar alguns hábitos que consigam combater esta preguiça, que muitas vezes se esconde como uma bengala para fugir a compromissos, objetivos, sonhos e projetos de vida que vão ficando adiados. Culpa de uma preguiça que, se calhar, poderia ser contornada.  

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Pode ser bom ser preguiçoso? 

Pode, sobretudo se soubermos dar importância ao descanso e espaço para nós próprios. Permitirmo-nos não fazer nada em alguns momentos para conseguir colmatar o ritmo do dia a dia. 

Podemos tirar proveito da preguiça? 

Sim. Procurando áreas e programas do nosso interesse, em que ao mesmo tempo consigamos descansar de alguma forma. Ler um livro pode ser considerado estar na preguiça, é um momento que exige pouco. Ou seja, estamos a tirar proveito, a adquirir conhecimento ou, pelo menos, a treinar a leitura e, ao mesmo tempo, estamos num espacinho que é só nosso, não estamos a fazer nada mais.  

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É possível rendermo-nos à preguiça sem nos sentirmos mal?

O peso da sociedade vai sempre existir porque a preguiça tem uma conotação negativa por si só. Mas é preciso também entender a preguiça como um auto-cuidado, no sentido de conseguirmos ter melhor qualidade de vida.

Como aceitar a preguiça dos outros sem nos irritarmos? 

Há uma coisa muito importante que é: aprendermos a lidar uns com os outros e aproveitar aquilo que cada um tem de melhor. Se o outro tem mais preguiça ou um ritmo mais lento, então vamos tirar partido dessa característica - por exemplo, no trabalho - para fazer uma tarefa que precisa de mais cuidado e tempo. E outra pessoa pode ficar com outro tipo de tarefas.  

Vão equilibrar-se melhor, a partir do momento em que essa pessoa com um ritmo não tão frenético vai conseguir acompanhar, ao entregar os trabalhos provavelmente bem feitos e a tempo e horas, enquanto a outra pessoa, no seu ritmo acelerado, também já tem concluídas as tarefas todas que tinha a fazer na área dela.

E como aceitar preguiça no contexto de casa? 

Se um dos elementos tem mais paciência para determinada tarefa e talvez até demore mais tempo, enquanto o outro tem um ritmo mais acelerado, ajustamos as tarefas para haver harmonia em casa ou na vida familiar.  

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