Pilates é de certo modo uma modalidade incompreendida, cheia de ideias pré-concebidas. E não estou a criticar ninguém. Também me incluo, mas há uma diferença temporal neste pensamento que é preciso distinguir antes de avançar: há um passado e um presente depois de ter visitado o estúdio de pilates do clube Lemonfit, no Parque das Nações.
Sabe lá a Mariana Máximo, coordenadora do estúdio de pilates, (well, agora vai saber) que fomos adiando a aula de pilates não só devido a incompatibilidades de agenda, como por alguma falta de vontade causada por essas ideias erradas.
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Achava eu, por experiências passadas, que o pilates era para preguiçosos e pessoas de meia idade, que se resumia a carregar uma bola gigante entre as pernas e a correr atrás dela quando se perdiam as forças.
Todavia, sabia que, no caso do Lemonfit, o pilates não se resumia a bolas. É feito com máquinas de madeira, mas também sobre elas tinha uma aversão.
Sempre que via celebridades como Hillary Duff, Kate Hudson ou Alessandra Ambrosio a fazer exercícios em salas de pilates como aquela que experimentei, só me vinha à cabeça as semelhanças com salas de tortura da Idade Média, que há época usavam equipamentos no mesmo material para estiramento de pessoas sob interrogatório.
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No extremo oposto, pensava ainda nas parecenças com espaços para prazer sexual (quem já viu pelo menos um episódio de “How To Build a Sex Room”, na Netflix, sabe do que estou a falar).
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Esqueci tudo isto e fui pela curiosidade. Assim que cheguei, fui recebida por pela instrutora de pilates Maria João e encaminhada para o primeiro equipamento, chamado reformer. Ao início a sensação é de estranheza, porque é preciso perceber como é que o corpo se coordena com as máquinas, nas quais nos movimentamos com maior ou menor pressão, consoante a carga das molas.
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“O facto de os equipamentos terem molas, ajuda imenso. Tanto no alongamento, porque sentimos a resistência e temos controlo no movimento, como em termos de força. Acabamos por trabalhar a força muscular, mas controlada tanto na fase excêntrica como concêntrica, porque não é um peso, é uma mola e isso acaba por fazer a diferença porque acompanha o movimento todo”, explicou Mariana Máximo mais tarde.
Uma vez apanhado o jeito, é seguir caminho para mais exercícios. No caso, com acompanhamento individual (se assim não fosse, ainda estava a tentar arrastar-me no colchão para trabalhar os adutores como deve ser), mas também é possível fazer aulas de grupo. Os preços neste ginásio variam entre os 189 euros e os 79 euros, respetivamente.
É difícil descrever o que fiz em cada um dos equipamentos — desde o reformer ao cadillac reformer, que agora consigo olhar de uma forma mais encantadora, parecendo-se mais com uma cama dossel — mas houve um exercício de que gostei em particular: o alongamento.
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Não por ter sido feito no fim, atenção, mas porque notava a flexibilidade a aumentar após várias repetições. O entusiasmo foi tal que, a certa altura, já me sentia a Mulher Elástica d’”Os Invisíveis”.
5 coisas que aprendi com o pilatesEm cerca de 45 minutos de uma modalidade sobre a qual estava redondamente enganada, foram vários os ensinamentos que retive.
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Veredicto Versa sobre o pilates: desafiante e divertido.
P.S.: Esta nota final está a ser escrita um dia depois da aula de pilates. No dia da prática, a leveza é factual; no dia seguinte é cada movimento, cada músculo dorido que se descobre. Esqueçam lá a ideia de que pilates é para preguiçosos que procuram modalidades fáceis.
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