Usado diariamente por quem não dispensa um hálito fresco e a sensação de boca limpa, o elixir bucal é um produto de higiene oral comum, mas que esconde alguns riscos.
Um estudo concluiu que a sua utilização regular pode estar associada a um risco acrescido de hipertensão independentemente dos principais fatores de risco para a pressão arterial elevada. Embora ajude a reduzir o mau hálito e a prevenir as cáries, o problema está nos elixires com clorexidina, um ingrediente antissético que pode matar as bactérias produtoras de óxido nítrico, o que, por sua vez, pode aumentar a pressão arterial sistólica.
“O estudo analisou a saliva de vários pacientes e comprovou que o uso de elixires com clorexidina, em forma continuada, elimina as bactérias da flora normal produtoras de óxido nítrico e, por consequência, pode provocar a subida da tensão arterial sistólica”, revela Ricardo Maia, médico dentista na Clínica Santa Madalena. “As bactérias orais responsáveis pela produção de óxido nítrico são importantes para a manutenção da tensão arterial em níveis adequados”.
Em causa estão apenas os elixires com base de clorexidina, que não devem ser usados “por crianças com idade inferior a 8 anos”, explica Ricardo Maia, que recomenda a quem tenha tensão arterial acima de 140/90 a “usar apenas duas vezes ao dia e diluído”.
O elixir com clorexidina tem outros efeitos secundários e pode causar manchas nos dentes por isso, se o teu elixir incluir este composto, evita beber café, chá, vinho tinto ou alimentos com corantes, que possam manchar os dentes.
Além de relembrar que não se deve engolir qualquer elixir, Ricardo Maia recomenda o seu uso “após extrações dentárias, colocação de implantes ou doenças de gengivas”.
“Se possível, deve ser usado apenas durante a fase de cicatrização, recomendada pelo médico dentista. Após esse período, voltar ao elixir sem o composto de clorexidina”.