"A cerveja incha por causa do glúten", "olha que ficas com barriga de cerveja" ou "cerveja é feita de cereais e engorda". Estes são alguns dos mitos ou preconceitos que temos relativamente à cerveja, mas parece que a ciência não está assim tão de acordo com o que tem vindo a ser dito.
Por mais estranho que pareça, um estudo desenvolvido pela Universidade do Oregon, nos EUA, e publicado na Science Direct, defende que a cerveja não só tem alguns benefícios nutricionais – por ser rica em vitaminas, fibras, minerais e antioxidantes (os polifenóis do lúpulo, um dos ingredientes da cerveja) –, como pode ajudar na perda de peso.
A investigação debruça-se sobre um componente da cerveja referido como Xanthohumol (XN), que corresponde ao extrato de lúpulo maduro (MHE), e para o perceber melhor foi dado a um grupo de ratos de laboratório com obesidade, enquanto outro ficou sob efeito placebo.
Os resultados revelaram que o grupo que tomou placebo aumentou o peso durante o período analisado, já o grupo que consumiu regularmente aquele componente presente na cerveja reduziu o peso (registando-se uma diminuição da gordura visceral e total abdominal em 12 semanas) e teve ainda melhorias no que toca à hiperglicemia, dislipidemia, resistência à insulina e resistência à leptina.
Entre outras conclusões, é ainda possível detetar benefícios para quem pratica desporto, dada a elevada concentração de nutrientes, como vitaminas do complexo B ou o potássio e sódio, que repõem a hidratação.
Contudo, a cerveja não deixa de ser uma bebida alcoólica que, como qualquer outra, tem calorias e inflama o fígado, pelo que não deve ser usada como substituto da água e deve ser consumida com moderação.