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Agulhas ou bisturis? A melhor opção para contornar os sinais de idade

A escolha entre procedimentos estéticos não invasivos e cirurgias exige a análise de inúmeras variantes. À VERSA, um especialista diz-nos o que devemos fazer para uma decisão mais acertada.

No mundo da estética, a escolha entre procedimentos não invasivos e cirurgias envolve mais do que uma simples preferência entre agulhas ou bisturis, sendo essencial que haja uma prévia discussão entre paciente e especialista da área sobre o melhor método de modo a que as expetativas correspondam aos resultados.

Atualmente a oferta é ampla e o tipo de procura também mudou nas últimas décadas, como consequência de uma maior preocupação de faixas etárias mais jovens com os sinais de envelhecimento, o que fez com que as propostas sem cirurgia ganhassem força na medicina estética. 

Dependendo dos casos, poderá ser efetivamente mais útil recorrer a agulhas (procedimentos não cirúrgicos), a questão é saber quando.

A VERSA foi à procura de respostas junto de Vitor Figueiredo, fundador e diretor clínico da Ageless, que esclarece não só o que ter em conta antes de avançar com uma intervenção estética, como quais as opções que existem, em particular as da clínica situada às portas de Lisboa, em Sacavém.

Vitor Figueiredo, fundador e diretor clínico da Ageless | Fotografia: D.R.

Como decidir entre uma intervenção com agulhas ou bisturis?

O principal critério é mesmo a indicação clínica. Não se trata de optar por uma técnica não cirúrgica apenas porque não tem cortes nem downtime, nem de avançar logo para uma cirurgia simplesmente porque se entende que é mais definitiva. Por exemplo, em relação à flacidez, as situações em que esta é grave devem ter uma abordagem cirúrgica e as situações em que a flacidez é ligeira a moderada as opções não cirúrgicas estão indicadas. Contudo, também as expetativas e desejos de cada pessoa devem ser amplamente discutidos, de forma frontal, entre médico e paciente. Como tal, apenas os grupos multidisciplinares conhecedores dos limites e indicações de cada área poderão efetuar um diagnóstico correto e propor o melhor tratamento sem forçar indicações, algo que é altamente indesejável, mas a que infelizmente se assiste cada vez mais. Aconselhamos, pois, a procurar uma equipa experiente, com formação adequada e robusta na estética médica em toda a sua dimensão e que atue num local certificado.

Entre procedimentos cirúrgicos e não cirúrgicos, qual tem sofrido maior evolução a nível científico?

Ambos, naturalmente. Na área não cirúrgica, contudo, é absolutamente impressionante o avanço ocorrido nas últimas décadas, quer a nível de tecnologia, como laser ou ultrassons, entre outros, quer sobretudo ao nível dos tratamentos que atuam de dentro para fora da pele e que de alguma forma implicam o uso de "agulhas". Os procedimentos tornaram-se cada vez menos invasivos e cada vez mais sofisticados fruto dos avanços tecnológicos e da melhoria do conhecimento dos processos envolvidos no envelhecimento da face e pescoço. Para isto também contribui o facto de pessoas mais jovens procurarem cada vez mais estes cuidados, pelo que a comunidade científica teve de se adaptar e criar opções sem cirurgia. Não é frequente que alguém na segunda ou terceira década de vida necessite de "bisturis".

Preocupamo-nos cada vez mais com o envelhecimento. As agulhas são a melhor forma de prevenir os sinais da idade e potenciais intervenções com bisturis?

Diríamos que sim, se entendermos "agulhas" como procedimentos não cirúrgicos, mas não só. De todo. Por um lado, há procedimentos não cirúrgicos em que não se injeta nada, como por exemplo a radiofrequência ou a luz pulsada, que são interessantes para prevenir o envelhecimento. Por outro lado, há, digamos assim, tudo o resto que abordamos no smart-aging, que praticamos de forma séria e avançada, em que a alimentação, estilos de vida, complementação hormonal e suplementação não hormonal são ponderados e introduzidos de acordo com a individualidade de cada pessoa. Tudo tem de funcionar de forma holística para efetivamente se conseguir identificar o envelhecimento. Desta forma, digamos que, num cenário ideal, se atuássemos suficientemente cedo, seria possível estabilizar de tal forma o processo de envelhecimento que não seriam necessárias medidas cirúrgicas radicais.

Quais as diferenças entre Hialoestrutura, Beautyflash, Mesoestimulação, BodyGlam, GlobalThreads, procedimentos da Ageless?

Todos são protocolos exclusivos registados, criados pelas nossas mãos e com diferentes finalidades, para dar resposta a diferentes manifestações do processo de envelhecimento, quer a nível da face, como do pescoço e/ou decote.

Explicando mais detalhadamente, a Hialoestrutura é uma estratégia corretiva para tratar e prevenir o envelhecimento, efetuada no rosto, permitindo reparar os défices estruturais da face e fortalecer as zonas geneticamente mais débeis. O Beautyflash é um protocolo não invasivo que permite uma melhoria da qualidade da pele de forma imediata da face, pescoço e decote e são aplicadas várias técnicas sequencialmente, como hidratação profunda, microdermoabrasão, peeling químico, vacuoterapia, extração de impurezas e luzes LED, entre outras.

Já a Mesoestimulação é um procedimento de rejuvenescimento integral da face, pescoço, decote e mãos, que consiste na utilização de fatores de crescimento autólogos, obtidos da própria pessoa e de cocktails personalizados de diversos agentes bioestimuladores, sintéticos e biocompatíveis. Permite tratar a flacidez, melhorar as rugas e controlar as alterações pigmentares da pele.

Quanto ao Bodyglam, é um protocolo não invasivo para tratar os problemas do corpo designadamente gordura localizada, celulite e flacidez. Combina várias tecnologias de ponta, designadamente radiofrequência e ultrassons, utilizadas simultaneamente e, que podem ser associadas com um plano alimentar personalizado, quando a intenção é perder peso. Já o Globalthreads é um tratamento da face e pescoço, que inclui a zona do submento (a chamada “papada”) e consiste na aplicação de diferentes tipos de fios e de diversos cocktails de vitaminas, antioxidantes e de outros princípios ativos, todos certificados e biocompatíveis.

Os serviços e protocolos que temos na Ageless são vários. Este verão tivemos também muitas solicitações para o Superformer, um processo destinado a controlar a flacidez facial, cervical e corporal e que dá mais firmeza aos tecidos proporcionando resultados visíveis logo após a primeira sessão.

Temos a ideia de que as intervenções estéticas mudam o rosto e feições. É verdade?

Sim, é mesmo verdade se forem mal executadas. A democratização "aparente" destes procedimentos associada à crescente preocupação com a imagem da geração Y e Z (respetivamente nados entre 1981-1996 e 1997-2012) levou a um aumento do número destes procedimentos realizados. A face oculta deste fenómeno está exatamente no aumento de pessoas sem experiência, (supostamente) a executar procedimentos com protagonismo alcançado à custa de digital influencers e skills encapotados por redes sociais num ambiente em que instituições fiscalizadoras escusam-se de fazer o que deviam fazer. A falta de experiência associada à ausência de bom senso origina facilmente resultados artificiais. Nós somos [Ageless] pela naturalidade e autenticidade.

Atualmente existem alguns médicos dentistas a fazer harmonização facial. Considera seguro? Qual a sua opinião?

Em primeiro lugar, qualquer profissional que deseje dedicar-se a esta área tem de se formar em instituições credíveis, universitárias e com programas validados pois não basta ter uma especialidade e não é suficiente ter um papel na parede. Em segundo lugar, na nossa opinião, é fundamental trabalhar em equipas multidisciplinares (ninguém toca vários instrumentos ao mesmo tempo) e em locais certificados, desta forma preparados para efetuar tratamentos seguros e eficazes.

Para além disso, de referir que não existe nenhum procedimento isento de riscos e saber evitá-los, mas também resolvê-los é fundamental. Numa agulha ou numa gota de um qualquer líquido injetado numa qualquer cadeira está o poder de criar beleza, mas também de destruir uma face, para todo o sempre.

Quais as melhores formas, não interventivas, de prevenir o envelhecimento e que ninguém conhece?

Todas as formas existentes para controlar o envelhecimento são, por assim dizer, interventivas. Até quando prescrevemos vitaminas a alguém estamos a interferir nalgum processo do corpo. Atualmente, as técnicas e tecnologias, aliás, como em qualquer área da medicina, só podem ser utilizadas se forem certificadas e se estiverem alicerceadas em bases científicas concretas que são do conhecimento da comunidade global. O que importa, devemos dizer, não é o que se faz, mas, efetivamente, como se faz. Exatamente como em qualquer outra área: comida há muita, cozinheiros demasiados, chefes há poucos.

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