Estrias | Fotografia: Pexels
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Estrias: a evidência inconveniente de que somos humanos

Cada corpo é diferente, mas muitos têm algo em comum: estrias. Um artigo de opinião por Vera Marrachinho, formadora BodyConcept.

Vera Marrachinho, Formadora BodyConcept

As preocupações com a aparência da pele são uma constante na vida de muitas pessoas e as estrias ocupam um lugar de destaque nas inseguranças que afetam a nossa relação com o corpo. No entanto, é hora de mudarmos a narrativa: e se olhássemos para as estrias não como imperfeições a serem eliminadas, mas como capítulos da nossa história pessoal?

As estrias resultam simplesmente de mudanças no nosso corpo. Surgem quando a pele é submetida a um estiramento rápido, seja devido ao crescimento, alterações de peso, gravidez ou desenvolvimento muscular. São, essencialmente, testemunhos visuais das transformações que vivenciamos. A mulher que exibe estrias da gravidez carrega consigo a marca física de ter gerado vida. O adolescente com estrias nos ombros mostra o registo do seu crescimento acelerado. O atleta com marcas nos músculos evidencia a sua dedicação ao treino. Cada estria tem uma história para contar.

A verdadeira beleza não reside na perfeição, mas sim na autenticidade. Aceitar o nosso corpo tal como é representa um ato revolucionário numa sociedade obcecada por padrões de beleza irrealistas. Esta aceitação não significa, no entanto, negligência. Cuidar da pele e recorrer a tratamentos estéticos pode fazer parte de uma relação saudável com o corpo, desde que motivado pelo autocuidado e não pela vergonha.

Entre os diversos tratamentos disponíveis, a microdermoabrasão apresenta-se como uma opção para quem procura uma nova perspetiva sobre as marcas corporais. O objetivo não deve ser apagar as nossas histórias, mas sim melhorar a relação com a nossa pele, valorizando as experiências que as estrias representam enquanto cuidamos do nosso bem-estar.

A verdadeira revolução está em encontrar o equilíbrio: podemos aceitar as nossas marcas corporais como parte da nossa história e, ao mesmo tempo, cuidar da nossa pele como um gesto de amor-próprio. A meu ver, os tratamentos estéticos devem servir para aumentar a confiança e o bem-estar, não para perpetuar inseguranças. Qualquer cuidado com a pele deve ser encarado como complemento à beleza natural e não como "correção" de supostos "defeitos".

Está na hora de escrevermos uma nova narrativa sobre o nosso corpo e as suas marcas. As estrias não são falhas a esconder, mas sim testemunhos das nossas experiências de vida, crescimento e transformação. Ao adotarmos esta perspetiva, libertamo-nos da pressão de alcançar uma perfeição irreal e abrimos espaço para uma relação mais saudável com o nosso corpo - uma relação que honra a sua história e celebra a sua singularidade.

Cuidar da pele pode e deve fazer parte desta jornada de aceitação e amor-próprio, desde que abordado com a intenção correta: não para apagar quem somos, mas para celebrar a nossa beleza única e autêntica.

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