Portugal estreou a sua representação na 59.ª Exposição Internacional de Arte –La Biennale di Venezia, em abril, com Vampires in Space de Pedro Neves Marques, curadoria de João Mourão e Luís Silva. Artista, cineasta e escritor, já representado por uma das galerias de arte contemporânea mais importantes na Europa, a Umberto di Marino, em Nápoles, consta ser dos mais jovens artistas presentes em toda a exposição que é, como sabemos, das mais importantes mostras internacionais no mundo da Arte. Este ano, e pela primeira vez, Portugal apresenta-se no Palácio Franchetti, junto à ponte e à Accademia de Veneza.
A comissária Cecilia Alemani da Bienal pediu aos artistas que pensassem sobre The Milk of Dreams, inspirada pelo livro homónimo da artista surrealista Leonora Carrington, isto é, que trabalhassem temas à volta da representação do corpo e suas metamorfoses, a relação deste com a Terra e entre indivíduos e a tecnologias. Pedro Neves Marques atirou-se à Ecologia e às questões de género e faz uma crítica à generalizada normalização dos corpos, sejam os humanos, os animais ou as plantas, e também explora o papel da tecnologia na construção destes processos.
Vampires in Space é uma grande instalação cinematográfica de três canais que fala de ficção e memória, das experiências transgénero e queer, também a partir da própria experiência do artista. E de saúde mental, tão abalada pelo isolamento. Conta a história de uma família de vampiros que viajam pelo espaço para um planeta Terra gémeo e rebobinam as suas vidas, o que sonharam ser e como vão subsistir no futuro. O que se passa, no fundo, com tantos de nós.
A peça pode ser vista em Veneza até 27 de novembro, mas a boa notícia é que se pode espreitar uma ante-câmara deste projeto de Pedro Neves Marques na Fundação Calouste Gulbenkian. Num programa chamado Crepúsculos, onde o Centro de Arte Moderna apresenta talentos da arte, música, cinema, mas também da ciência, entre consagrados e emergentes, portugueses e estrangeiros, com curadoria de Filipa Ramos.
No próprio dia 5, este domingo, entre as 15.00 e as 16.30, o artista e os curadores estarão presentes para conversar com o público que é convidado a entrar livremente.
Fundação Calouste Gulbenkian, Edifício Sede – Sala 2
Av. de Berna, 45A, Lisboa
Entre as 15.00 e as 23.00, entrada livre