A Ikea deixou de operar no mercado russo, depois de este país invadir a Ucrânia, mas em 2020 o departamento de marca da cadeia de mobiliário e decoração na Rússia lançou uma campanha criativa para ajudar as famílias a divertirem-se dentro de casa. A empresa sueca desenvolveu seis manuais de instruções sobre como construir fortes para brincar com recurso a mobiliário comum como cadeiras, bancos, cobertores ou objetos do dia a dia como livros.
As opções de projetos incluem desde estruturas mais simples, como uma casa ou uma caverna, até designs mais elaborados, como um castelo. Independentemente do estilo escolhido, as crianças têm a oportunidade de deixar a imaginação fluir e criar cenários diferentes para as suas brincadeiras.
Os manuais lançados à altura fornecem instruções detalhadas, com ilustrações, sobre como utilizar os móveis e objetos domésticos para construir essas estruturas.
Além do forte de almofadas em formato de castelo, perfeito para as crianças se sentirem reis e rainhas, a campanha também inclui instruções sobre como construir um forte que se assemelha a uma tenda de campismo.
No final de outubro de 2024, a Ikea lançou um estudo intitulado Play Report em que analise o impacto do ato de brincar nas relações familiares e no bem-estar das crianças. A edição deste ano sustenta que brincar é cada vez mais visto como essencial para a felicidade e bem-estar das crianças. 90% das crianças afirmam sentir-se mais felizes quando brincam, e 95% dos pais acreditam que a felicidade das crianças está relacionada com o tempo que brincam.
No entanto, muitas crianças (49%) não estão satisfeitas com o tempo que têm para brincar, devido a fatores como excesso de atividades e tarefas escolares. Mais de metade dos pais (54%) gostaria de ter mais tempo para brincar com os filhos.
A casa surge como o centro desta revolução da brincadeira, com as famílias a procurarem criar mais espaços e momentos lúdicos dentro do lar.
O estudo Play Report foi realizado tendo por base 36 etnografias aprofundadas, cada uma com duração de 3 a 4 horas, nos Estados Unidos, China e Alemanha, em que participaram 36 crianças com idades compreendidas entre os três e 12 anos. Foi ainda conduzido um estudo longitudinal sindicado, que durou mais de seis anos, para compreender as mudanças nos valores humanos e prioridades das crianças e dos pais no tempo. Este estudo contou com a participação de 7000 crianças e pais.