O panorama das telecomunicações em Portugal vive atualmente um período de transformação com a entrada da operadora Digi no mercado nacional. A sua chegada em novembro provocou uma reação das principais operadoras tradicionais, que se viram obrigadas a desenvolver as suas próprias alternativas low cost para competir no segmento dos serviços de comunicação a preços mais acessíveis.
A Vodafone, a Nos e a Meo responderam à entrada da Digi criando serviços específicos: Amigo, Woo e Uzo, respetivamente. Estas não são propriamente novas operadoras, mas antes serviços desenhados para competir diretamente com a proposta da Digi, utilizando as infraestruturas das operadoras principais, mas com preços mais competitivos.
Estas alternativas low cost apresentam características semelhantes, focando-se especialmente em ofertas digitais e simplificadas. Todas funcionam através de aplicações móveis, permitindo aos clientes gerir os seus serviços de forma completamente digital.
Os pacotes geralmente incluem serviços móveis, internet fixa e televisão, com preços bastante atrativos. A Digi, por exemplo, apresenta um pacote completo por apenas €27 , incluindo 100GB de dados móveis. A Amigo oferece um pacote similar pelo mesmo valor, enquanto a Woo cobra €30 e a Uzo €40.
Mas há um senão: embora as principais operadoras em Portugal tenham cobertura nacional, as suas linhas low cost não estão disponíveis em todo o território. A Digi, por exemplo, ainda está a desenvolver a sua infraestrutura, especialmente nos serviços fixos de voz, internet e televisão.
Nos serviços móveis, as ofertas são particularmente competitivas. A Digi propõe dados e chamadas ilimitadas por apenas €7, com velocidades até 150Mbps em 4G. A Amigo apresenta 100GB e cinco mil minutos por €5, já a Woo oferece propostas semelhantes.
Uma limitação comum a todas estas ofertas é a ausência de canais específicos. Nenhuma das operadoras disponibiliza canais da SIC ou canais de desporto pagos como a Sport TV, Benfica TV ou Dazn.
Os períodos de fidelização também variam. A Digi estabeleceu um limite de três meses para internet fixa, assim como a Woo e a Amigo. A Uzo requer seis meses de permanência em alguns dos seus serviços.
A entrada da Digi parece ter provocado uma revolução no mercado de telecomunicações português. As operadoras tradicionais foram forçadas a criar alternativas mais acessíveis, beneficiando diretamente os consumidores através de preços mais competitivos e ofertas mais flexíveis.
A Digi assume estar em Portugal para o longo prazo, com planos de desenvolvimento de infraestrutura e expansão de serviços. As outras operadoras, por sua vez, demonstram estar determinadas a não perder quota de mercado, criando serviços cada vez mais adaptados às necessidades dos consumidores digitais.
Para os consumidores, esta nova realidade traduz-se na oportunidade de finalmente poder escolher serviços de telecomunicações mais económicos e adaptados às necessidades de cada um.