Num cenário de pós-Segunda Guerra Mundial, Louis Réard, um engenheiro do seu tempo, lançou-se ao mundo da moda e criou aquele que seria “o novo fato de banho” (ou o biquíni como hoje o conhecemos).
Não foram as primeiras duas peças de roupa de banho a serem inventadas, mas as primeiras a ultrapassarem a linha do que se considerava modesto. O francês Jacques Heim já tinha desenhado algo semelhante ao biquíni revolucionário de Réard, mas sem sucesso. É, então, pelas mãos do engenheiro que nasce o “Bikini”, nome inspirado no Atol de Bikini, no Oceano Pacífico, onde se criavam explosões atómicas experimentais. E esta invenção criou, certamente, uma explosão de moralismos. Aliás, era muito à frente da sua época, ou não tivesse ficado conhecido por caber “numa caixa de fósforos”.
O corpo da mulher nunca tinha sido tão exposto numa peça de roupa, aliás, o umbigo era para se esconder até então. Mas o engenheiro não podia descurar a necessidade da maioria. Réard reparou que muitas mulheres nas praias francesas enrolavam parte da roupa de banho para tentarem bronzear a barriga.
Mal Réar sabia que tinha revolucionado o universo de moda feminino e que o biquíni que Vaticano apelidou como um atentado à moral viria a ser o nosso pecado de verão favorito.
E como era o biquíni?
Antes de mais, bastante reduzido para a época. Louis Réard decidiu criá-lo num tecido estampado em papel de jornal e vesti-lo à única mulher que se atreveu ao escândalo e que não era modelo. Aos 19 anos, Micheline Bernardini era bailarina exótica do Casino de Paris e foi fotografada com o “primeiro biquíni” na Piscine Molitor em 1946.
Poucas se atreveram a usar, mas contamos sempre com os artistas para levarem isto para a frente e Brigitte Bardot não nos falhou.