Hirundo parece um nome oriental, mas não é. É uma marca portuguesa, com ténis feitos com materiais portugueses e com um nome também ele a remeter para a identidade portuguesa. Do latim, significa andorinha, um símbolo de Portugal, com referências que vão desde Fernando Pessoa a Bordallo Pinheiro.
E é à semelhança desta ave que a marca Hirundo, com sede no Porto, tem voado pelo país e além fronteiras, desde que foi lançada, em novembro de 2021, por quatro sócios: os irmãos Eduardo e Filipe Serzedelo, o amigo Pierre Stark (CEO da Benâmor) e a francesa e diretora criativa da marca, Ann Massal.
A ideia foi de Eduardo, que decidiu trocar a área de Direito Financeiro, que o levou a trabalhar em vários países, pela indústria do calçado nacional.
Sempre adorei sapatos, calçado em geral. E sempre fui apaixonado por esta arte que também é muito portuguesa. E lembro-me de que quando era miúdo trocava solas de sapatos no sapateiro e fazia assim umas brincadeiras", conta à Versa.
As memórias de infância não se perderam e ficaram mais vivas quando surgiu a pandemia de Covid-19. Foi nessa altura que Eduardo pensou criar uma marca de sapatos, desafiando o irmão, que partilha do mesmo gosto por calçado, a transformar a nostalgia num projeto palpável.
Nós queríamos ser mesmo portugueses. No sentido em que queríamos fabricar em Portugal, numa fábrica portuguesa, mas com componentes portugueses. Isso obrigou-nos a ter solas, a ter peles portuguesas, etc”, afirma.
Um dos desafios foi encontrar fornecedores portugueses com materiais feitos cá e que tivessem uma preocupação ambiental que fosse ao encontro dos valores da marca.
Quando a moda alia-se à sustentabilidade
Há peças de roupa feitas com deadstock, com guarda-chuvas estragados ou com materiais vegan. No caso da Hirundo, a sustentabilidade passa por fabricar manualmente os ténis com recurso a materiais reciclados ou recicláveis, em particular a cortiça incorporada na sola, funcionando como termorregulador e antibacteriano para maior durabilidade e conforto.
Cumprido um dos objetivos da marca, ter o mínimo impacto no planeta, faltava o segundo: um modelo de ténis que não esquecesse o lado fashion.
Queríamos fazer sapatilhas que pudessem ser usadas no dia a dia, em todo o tipo de circunstâncias, por isso partimos de um design bastante sóbrio. A parte de cima não muda e é toda branca e depois pusemos as solas de cor para as pessoas poderem escolher as preferências delas”, explica Eduardo.
Apesar de os modelos serem unisexo, há cores que têm maior sucesso. As mulheres adoram o amarelo; os homens o cinzento, e em qualquer género ou idade há uma cor menos óbvia que tem sido um furor: o beringela.
A andorinha que fez ninho em Lisboa
Um ano depois de ter sido criada, a Hirundo já chegou a países como a Nova Zelândia, mas quer estabelecer-se por Portugal de modo a voar cada vez mais alto. Por isso mesmo, acaba de inaugurar a primeira loja física na EmbaiXada, galeria apalaçada no Príncipe Real, em Lisboa.
Por lá é possível encontrar a gama de 11 cores dos ténis da marca e, em breve, os acessórios Hirundo que chegam a tempo das compras de Natal.
Quanto a novos modelos de ténis, parece que vêm aí novidades.
Estamos a trabalhar num modelo mais para o verão, com materiais diferentes que encontrámos aqui perto”, revela Eduardo, que fala também de edições limitadas. “Contamos ainda ter, no primeiro semestre de 2023, surpresas e umas coisas diferentes”, remata.
Até lá, podes encontrar tudo na EmbaiXada ou no site da Hirundo.