Há uns tempos defini um território para tudo o que vai para além do cool. Para lá do ubercool. É toda uma outra dimensão. É um rasgo. É uma atitude. É pura poesia. O intangível mesmo no tangível. Ou, sendo honesta, é onde cabe tudo quando me faltam palavras ou as palavras certas. Chamo-lhe: Rock & Roll. E há quem tenha Rock & Roll. Na vida ou, neste caso, na moda.
Se tivesse que escolher uma, e apenas uma, love brand, a minha é a Chanel. É, portanto, legítimo que tenha parado nas imagens que correm na imprensa internacional de Kristen Stewart em Tóquio, na apresentação da Coleção Métiers D’Art da Casa francesa. Karl Lagerfeld, como só ele tão bem sabia fazer, não a escolheu por acaso para embaixadora da Chanel.
Dizer que a atriz mostrou uma versão moderna do icónico "Skirt-Suit” da Chanel é pouco. Que lhe deu um update é ainda mais redutor. No evento no Japão, Kristen Stewart usou um tank top branco, um casaco bouclé e uma ultra-mini saia também em branco Chanel. Juntou uns Mary Jane de plataforma de camurça pretos, umas meias brancas e muitas, mesmo muitas, jóias em prata. Kristen Stewart foi Rock & Roll.
Criado em 1925 por Gabrielle Chanel, o “fato” em tweed tornou-se um dos grandes ícones da Casa parisiente e permanece até aos dias de hoje. Foi polémico na altura (Coco Chanel teria talvez demasiado Rock & Roll para a época …), mas assumiu-se como a personificação do luxo clássico. De Karl Lagerdeld a Virginie Viard, tem sido reinterpretado, sem nunca perder a essência da criação original. Só uma marca com muito Rock & Roll consegue aqui chegar.
E para os apaixonados pela história e visão de Coco Chanel, em setembro próximo, o museu V&A, em Londres, irá inaugurar “Gabrielle Chanel. Fashion Manifesto”, a primeira exposição no Reino Unido dedicada ao trabalho da designer de moda que criou a Casa Chanel e um estilo que continua a influenciar a forma como as mulheres se vestem. Com mais ou menos…Rock & Roll.