Depois da pandemia, é o meu regresso à minha segunda casa. Depois de pôr a cultura em dia, fui explorar as ruas e, em particular, as novidades no retalho. E é bom ver que, mesmo com muitos espaços encerrados ou ainda por alugar (a Top Shop ficará nas memórias de adolescentes como eu, que fomos felizes a percorrer os vários pisos da loja em Oxford Circus), há novos espaços a surgir, novas marcas (a Free People está finalmente na Europa) e, depois, os lugares de sempre como os Selfridges ou os Liberty, novamente cheios de clientes que falam todos os idiomas. A economia já viu melhores dias, é certo, mas no centro da cidade sente-se uma espécie de taking back the CTRL.
O que mais me surpreendeu? O mercado imobiliário. Na realidade, hoje comprar casa no centro de Londres é praticamente o mesmo que comprar casa no centro de Lisboa… e acho que, com isto, tenho tudo dito. E não, não estou a exagerar. E o que achei mais curioso é o papel que duas marcas têm no posicionamento de qualquer apartamento que queira aquele upper quando chega ao mercado. Todas, e quando digo todas são mesmo todas, têm produtos AESOP, seja um sabonete para as mãos ou uma fragrância para a casa, estrategicamente colocados para a fotografia, e depois há a Fortnum & Mason e os seus famosos “hampers”, os nossos tradicionais cabazes com produtos desta mercearia (posso chamar-lhe mercearia?!) que, segundo se conta, com produtos há muitos eleitos pela Família Real. Se virem sacos azuis pela cidade, não caiam no meu erro, não anda tudo a comprar joias na Tiffany & Co., mas, sim, chás e bolachas na cadeia que parece voltar a estar na moda.