No mundo da moda, nem tudo tem de fazer sentido. Podem existir vestidos cujo único objetivo é o de passar uma mensagem; outros que são desenhados para desafiarem a gravidade e a forma do corpo humano. E também há peças que são feitas de trás para a frente, ou melhor, produzidas no sentido inverso. Mas o que quer isto dizer?
"Construímos as nossas peças de trás para a frente. É a essência que está por detrás de todas as nossas criações. Tendo em conta que a Moulage é uma marca em que o principal destaque é dado às costas, as nossas peças começam a ser desenhadas das costas para a frente, sempre enaltecendo a elegância e ousadia dos decotes invertidos”, explica Catarina Monteiro, CEO da Moulage, uma marca portuguesa de roupa fundada no início de 2021, cujo foco está em dar destaque aos decotes que evidenciam a silhueta das costas das mulheres.
A primeira coleção da Moulage, Tempo, foi lançada em dezembro de 2022, mas a ideia já repousava na cabeça de Catarina Monteiro, 34 anos, há algum tempo. A paixão por peças com costas abertas e o facto de a médica dentista de profissão não encontrar este pormenor em roupas que a satisfizessem, alavancaram a decisão de avançar com o projeto.
Os clientes da Moulage são mulheres "que adoram costas abertas, decotes invertidos” e que, através da primeira coleção, composta pelo vestido Vive, Sonha e Voa e o macacão Dança, vêem realçadas a sua "elegância e a ousadia do corpo feminino independentemente da idade", detalha a fundadora.
O corpo dita as formas do tecido
Moulage é o nome da nova marca portuguesa de roupa com decotes invertidos e é também exemplo de um método de modelagem tradicional.
“Moulage é um termo técnico de costura, de origem francesa, que define o processo de moldar a peça com o tecido colocado diretamente sobre o manequim. Uma expressão que acaba por resumir o conceito da marca que defende que a construção das peças continue a ser feita no corpo das mulheres que as vestem”, explica a fundadora.
É assim preservado o método muito usado na moda, em particular na alta costura, assim como postos de trabalho que estão em risco de vir a desaparecer.
"Tem sido muito enriquecedor, não só por toda a aprendizagem e pelo conhecimento necessário para a realização de um projeto desta magnitude, mas porque valorizamos o papel de algumas profissões que estão em risco de desaparecerem, como a das costureiras, dos ateliers, reflexo do crescimento cada vez maior das grandes marcas de fast fashion”, lembra Catarina Monteiro.
Indo precisamente na direção contrária, a marca de Catarina Monteiro foca-se antes no slow fashion, dando atenção à sustentabilidade ambiental ao produzir todas as peças em Portugal e somente com “tecidos de boa qualidade, que garantem uma maior durabilidade das nossas peças”.
Novidades ao ritmo da slow fashion
Não é apenas Catarina Monteiro que assume o conceito de slow fashion para a sua marca. Quem procura as peças da Moulage, adota também um ritmo de consumo slow, dado que, numa fase inicial, será lançada apenas uma coleção por ano.
A próxima coleção, que já está a ser desenhada, terá, contudo, algumas surpresas. “A nova coleção vai ser ainda mais ousada, muito sensitiva. Vamos brincar com cores, texturas. Mal posso esperar por a lançar”, diz Catarina, sugerindo que, até lá, se vá espreitando as redes sociais da marca para ficar a par das novidades e dos seus planos para o futuro.
Por agora, no site, encontram-se para venda online as quatro peças da coleção com que a marca se estreou, todas em saldos até 28 de fevereiro. Os valores começam nos €170 e vão até aos €190.