Meghan Markle tem vindo a trabalhar na desconstrução e subversão de rótulos associados às mulheres, através de conversas no seu podcast “Archetypes”, Paris Hilton foi convidada para um episódio que pretendia quebrar o estereótipo de “loira burra” concedido à celebridade, que, por sinal, tirou partido do mesmo quase como estratégia de marketing.
Agora, numa entrevista concedida à Variety, Meghan Markle revela que a conversa com Paris Hilton foi das que a deixou mais nervosa. “Disse-lhe no início que era eu que estava mais nervosa com a entrevista. Tinha vergonha de admitir que tinha um julgamento sobre ela e que se baseava em tudo o que tinha visto, mas não gostava de estar num lugar de julgamento. Mas também não cresci bonita.”
“Cresci como a inteligente. Muito do que pensava, quando pensava em Paris, vinha de inveja e de julgamento - duas das coisas mais perigosas. Mas depois ouvimos falar dos traumas dela, da sua vida e da compra daquela persona. No fim, disse-lhe: "Lamento muito ter-te julgado". Queria que ela estivesse segura e confortável. Disse-lhe que não estava à procura de um momento de "apanhei-te”. Queria um momento de "percebo-te", onde a percebemos", explica.
A honestidade de Meghan Markle sobre a inveja que sentia de uma “celebridade bonita” e o seu julgamento precoce, que a levou a rotular Paris Hilton, permitiu que compreendêssemos a importância que o processo de “humanização” tem para a mulher de Harry também ela sob o holofote do constante julgamento: “Este episódio não é enquadrado como a defesa de Paris; é a humanização dela.”
“Fiz muito trabalho interno […] e quer se esteja a fazer exercício ou a meditar, por vezes é te pedido que imagines uma pessoa que te enfurece. Pensa-se nela, tira-se tudo, e depois pede-se que se pense nela como uma criança de 6 anos. Podes perdoá-la? É assim que eu contextualizo isto”, remata.