Nem sempre os opostos se atraem e combinar joias com desporto parece ser exemplo disso, mas há um novo casal no mercado que parece discordar.
Enquanto a Nike se quer mostrar digna de um anel de diamantes, ou não falássemos de uma marca ousada que não teme aventuras em parcerias, a Tiffany & Co. quer (mais uma vez) provar que pode descer do salto e chegar a um novo público. Mas quando tentamos impressionar toda a gente, muitas vezes não impressionamos ninguém. Se desta parceria não se antecipavam bons resultados, as suspeitas confirmam-se com a chegada da nova versão dos icónicos Nike Air Force 1, modelo que comemorou 40 anos em 2022.
Nike Air Force 1 Low 1837 nascem desta improvável colaboração, "A Legendary Pair", e o nome que batizou o modelo é uma referência ao ano de fundação da Tiffany. Ainda que se esperassem joias ou pedras preciosas incrustadas, este modelo preto leva apenas o logo de couro da Nike em azul Tiffany e o nome da casa de luxo bordado, bem como uma modesta placa de prata da joalharia. Quanto ao preço, falamos de 400 dólares (aproximadamente €370).
As reações pela Internet ao lançamento do novo modelo foram muito unânimes e os fãs apressaram-se a sugerir novos lemas para a Nike, substituído o “Just do it" por “Just do it (more)” ou mesmo “Just (don’t) do it”. Mas os incentivos para a multinacional americana fazer mais e melhor, ou para simplesmente ficar quieta, não chegaram a tempo.
E não foram apenas os ténis que deixaram a desejar, já que até os acessórios criados pela prestigiada marca de luxo para esta parceria também não conquistaram muitos admiradores. É que a colaboração também conta com produtos em prata de lei, como um apito, uma calçadeira e uma escova, com valores compreendidos entre os 250 dólares (cerca de €230) a 475 dólares (cerca de €442).
Ainda que a reinvenção seja rumo necessário para que as grandes marcas acompanhem um mercado que prevê crescimento no poder de compra das gerações mais jovens, tanto os consumidores da gigante desportiva, como os da casa de luxo, parecem querer relembrar a importância de uma criatividade sensata e de colaborações que não subvertem a função e essência dos produtos.
Nos últimos tempos, a Tiffany tem tentado chegar à Gen-Z e a parceria com a Nike foi mais uma tentativa nesse sentido. Ainda que o sucesso não tenha sido o esperado, o público da marca aceitou outros recentes investimentos, como o caso da reedição da Baguette, que é agora uma sucesso. Já os “sneakerheads” preferem que a Nike se aventure em parcerias mais seguras, que continuem a inspirar o esperado street style desportivo, como são exemplos as colaborações com a Off-White ou com J Balvin, entre tantas outras.
Depois desta infeliz história de amor, podemos seguramente corrigir Marylin Monroe. Às vezes, os nossos melhores amigos não são os diamantes, mas, sim, um bom par de ténis.