O que têm em comum Kate Middleton, Cate Blanchett, Letizia, Anna Wintour ou Jane Fonda? Todas elas já repetiram looks em mais do que uma ocasião importante. Além de ser um hábito completamente aceitável e necessário, usar a mesma roupa mais do que uma vez é o novo cool, já que a sustentabilidade se tornou um pilar fundamental na indústria da moda.
A última escolha sustentável de Cate Blanchett aconteceu na 13.ª gala dos Governors Awards, em Los Angeles, onde usou uma criação de Alexander McQueen que já tinha levado ao Festival de Cinema de Veneza, em 2020. Também Jane Fonda reutilizou uma criação do mesmo designer nos Óscares de 2020, depois de a ter usado em Cannes, em 2014.
Já Keira Knightley reutilizou vezes sem conta o seu vestido de noiva (sim, leste bem) em eventos públicos, enquanto Tiffany Haddish vestiu tantas vezes o mesmo look branco de 4 mil dólares que até brincou com a situação no Saturday Night Live: “Gastei muito dinheiro com este vestido. Ele custa muito mais do que a minha hipoteca. É Alexander McQueen, está bem?”.
A Princesa da Gales e mestre do reaproveitamento, Kate Middleton, usou um look no casamento de Harry com Meghan Markle que já tinha sido usado no batizado da filha Charlotte em 2016 e no aniversário de Isabel II no mesmo ano. Também a rainha Letizia gosta de reaproveitar roupas sempre que pode, como fez com o vestido que usou numa visita ao Reino Unido em 2019 e na entrega do prémio Princesa das Astúrias deste ano.
Mas o galardão para a melhor repetição vai para Rita Moreno, que na red carpet dos Óscares de 2018 voltou a usar o vestido de quando ganhou o Óscar de Melhor Atriz Secundária em 1962, ou seja, 56 anos depois. E está tudo certo.
A verdade é que as redes sociais criaram uma falsa impressão de que o normal é usar novos looks todos os dias, nunca repetir a mesma roupa, porque, assim que é “vista” ou fotografada, morre. Mas se gostamos de uma peça, por que não podemos usá-la mais do que uma vez? Ainda para mais, se é cara, especial, a nossa favorita, ou se simplesmente nos faz sentir bem. Quem dita estas regras?
Na verdade, não são as marcas que as ditam, mas, sim, os consumidores. É aqui que começa a mudança de mentalidades: comprar menos e melhor, escolher o que realmente gostas de vestir, o que te faz sentir bem e o que poderás usar muitas e muitas vezes, sem medo de julgamentos.