De uma família que trabalha há mais de uma década na indústria do calçado de luxo e que chegou a produzir sapatos para Casas de luxo, como Dior e Versace, Daniela de Sá decidiu expandir o negócio e fundar em 2021 a marca de sapatos Najha. Hoje, a empresária acredita que luxo é outra coisa e, por isso mesmo, tem todos os dias uma tarefa em mãos: fazer da Najha o mais sustentável possível.
“Seleciono diretamente cada material, que vai desde o algodão orgânico, o tecido produzido a partir do plástico marinho, o poliester reciclado, a cortiça, as solas recicladas e as solas feitas a partir do desperdício hospitalar”, explica Daniela de Sá, formada em Gestão, Marketing e Design, à Versa.
Em breve, a confeção dos sapatos Najha pode ainda vir a ser feita com outros acabamentos inovadores, que estão a ser desenvolvidos com um parceiro. Em estudo, estão "tecidos tinturados a partir de uma bactéria e papel feito a partir do pó dos tecidos reciclados”, revela-nos.
Os materiais são o ponto de partida para depois passar à produção de cada modelo, momento em que, mais uma vez, a sustentabilidade está presente, ao ser feito o “melhor aproveitamento dos materiais”.
O nome Najha vem de duas palavras de origem indiana, que significam vegana e praticante de ioga, e, sem Daniela saber, a palavra que criou também existe num dialeto africano que se traduz em “prova superada”. E, com a técnica inovadora a que a marca se propôs, não podemos dizer que não se superou.
Uma vasta técnica, dois modelos
Na Najha, os tecidos são escolhidos ao pormenor pela fundadora vegan, as técnicas estão constantemente a ser inovadas e, no fim, todo o empenho concentra-se, até agora, em apenas dois modelos.
Sim, há apenas dois modelos – mantidos para teste após uma reestruturação do site – que espelham o rigor da marca que se posiciona no setor de luxo.
“Najha é uma marca de luxo pelos standards exigidos de produção: as costuras, acabamentos e detalhes de produção, como a grossura dos materiais e a lâminação destes; os reforços interiores para que a estrutura do pé seja apoiada; a qualidade dos materiais e durabilidade das peças; o conforto; o fitting; e o design intemporal”, realça.
A marca portuguesa obedece assim a um conjunto de requisitos com o objetivo de que o “cliente calce um sapato e se sinta bem desde o início ao fim do dia".
Há novidades à espreita
As alpercatas Nagror (€249) e os ténis Nognana (€259) são apenas uma amostra disso mesmo, e já em maio, adiantou-nos a fundadora, serão lançados novos modelos, numa nova coleção cápsula.
A ideia é que cada par da Najha dure vários anos e, mesmo quando chegar ao fim de vida, tem um destino: “É possível reciclar cada produto a 100%, promovendo a criação de novos materiais e evitando a poluição por despejo pelo consumidor final”, segundo Daniela.