Viktor & Rolf na Paris Fashion Week Haute Couture
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Animais à solta. Vestidos de cabeça para baixo. Houve drama e surrealismo em Paris

As escolhas da VERSA na Paris Haute Couture Week.

Nos últimos dias, Paris recebeu a Semana de Alta-costura, ou seja, mais do que moda, falamos de criações em escala artesanal, modelos exclusivos, peças feitas à mão que levam milhares de horas de trabalho em detalhes, de materiais de altíssima qualidade. Quem define o que é considerado, ou não, "Couture" é a Federação da Alta-costura e da Moda Francesa, é preciso que a marca tenha um atelier em Paris e que crie peças por encomenda. Trata-se de técnica e de criatividade no seu expoente máximo, mas também de posicionamento para as grandes Casas. Estima-se que, pelo mundo afora, existem apenas quatro mil pessoas com acesso a estas criações, mas é aquele momento de sonho, sem limites, como só a moda consegue criar.

E nesta edição não faltaram desfiles – ou se quisermos verdadeiros espetáculos, cheios de momentos dramáticos, visões surrealistas e criações luxuosas. A começar com Schiaparelli, que apresentou uma coleção ousada, para alguns chocante, mas vamos concordar que nunca tínhamos visto nada assim. O diretor criativo Daniel Roseberry inspirou-se no Inferno da Divina Comédia, de Dante, e fez desfilar Irina Shayk, Shalom Harlow e Naomi Campbell com um falso leão de taxidermia, um leopardo e um lobo. Começou com teatralidade a Semana de Alta-costura.

Para entender a coleção da Chanel de Alta-costura, é preciso viajar até ao apartamento de Gabrielle Chanel, o número 31 na rue Cambon, em Paris. O lugar onde a diretora criativa da marca Virginie Viard se inspirou quando começou a pensar no que queria para o desfile, e onde passou vários dias com o cenógrafo Xavier Veilhan. Foi dessa visita que nasceram os animais monumentais feitos de madeira, cartão e papel de onde as modelos surgiram, inspirados na coleção de objetos, esculturas e desenhos que encontraram no apartamento de Chanel. 

 

Na Dior, a diretora criativa Maria Grazia Chiuri inspirou-se em Josephine Baker, a cantora, bailarina e atriz afro-americana e a primeira mulher negra a aparecer num grande filme. Para a coleção Haute Couture, Grazia Chiuri desenhou a partir do camarim de Baker e criou casacos que lembram roupões e vestidos feitos de veludo leve e cetim que parecem uma segunda pele. Já Giambattisa Valli deixou-nos num estado de sonho. As modelos parecem flutuar num universo de chiffon e tule, em tons rosa, amarelo sol, azul bebé, verde limão, e entre a beleza dos elementos florais. Tendo como pano de fundo cortinas que nos lembram uma sala dos anos 1950.

E impossível não incluir aqui o desfile de Viktor & Rolf, que viraram a moda, literalmente, de cabeça para baixo. Com criações a desafiar a gravidade, nas redes sociais os comentários foram do “absurdo” ao “louco”, num sentido de profundo deslumbre com a narrativa desta marca vanguardista que já nos habituou a momentos de puro entretenimento e inovação. É disto que se faz uma Semana de Alta-costura. 

 

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