O desfile da Victoria's Secret vai voltar, quatro anos depois de ter sido cancelado. O anúncio oficial foi feito durante uma teleconferência de resultados da marca, no passado dia 3 de março.
“Vamos continuar a investir em marketing, tanto para captar novos clientes como para apoiar a nova versão do nosso desfile de moda, que será lançada ainda este ano”, avançou Thimothy Johnson, diretor financeiro da marca, acrescentado que a apresentação foi virada “de cabeça para baixo para refletir quem somos hoje. Estamos ansiosos para partilhar mais ainda este ano”.
Não foi avançada nenhuma data concreta, mas acredita-se que o desfile ocorra, provavelmente, no segundo semestre deste ano, como já acontecia nas edições anteriores.
Sobre as modelos também ainda não há grandes certezas, mas espera-se que regressem os conhecidos “anjos”, desta vez, incluídos num grupo que se espera que seja muito mais diversificado e inclusivo. E porquê?
Em 2018, uma declaração incendiária de Ed Razek, na altura diretor de marketing, sobre modelos transgéneros e plus size, obrigou a que a marca começasse a seguir um rumo diferente daquele a que nos tinha habituado.
Poucos meses depois, já em 2019, a Victoria’s Secret contratou a modelo brasileira Valentina Sampaio, primeira transgénero. Mas foi também nesse mesmo ano que o desfile, certamente um dos mais conhecidos em todo o mundo, foi cancelado depois de 18 anos, sem que tenham sido especificados os motivos por detrás da interrupção das emissões televisivas.
Especialistas acreditam que a paragem poderá estar relacionada com o declínio, anos após ano, do número dos telespectadores. No entanto, em declínio ou não, a mudança de rumo não parou. Em 2020, a Victoria’s Secret lançou a primeira coleção com tamanhos do XXS ao XXL e partilhou uma fotografia nas redes sociais com nove modelos de várias nacionalidades, diferentes tons de pele e diversos tipos de corpos.
No ano seguinte, anunciou que iria trocar os "anjos" pelo VS Collective, um grupo composto por sete mulheres famosas pelas suas realizações, entre elas Megan Rapinoe, jogadora de futebol norte-americana e ativista dos direitos LGBTQIA+, Priyanka Chopra Jonas, atriz indiana e investidora de tecnologia, e a modelo Paloma Elsesser, a primeira a usar tamanho 48 na capa da Vogue americana.
Mais recentemente, em fevereiro de 2022, a Victoria's Secret apresentou a primeira modelo com síndrome de Down com destaque numa campanha, a porto-riquenha Sofía Jirau, e, em abril, anunciou o primeiro embaixador masculino, Darren Barnet.
Agora, o desfile vai voltar, mas ainda há muitas dúvidas por esclarecer, sobretudo se vai de facto existir mais representatividade, tanto de modelos como de embaixadores, já que é também isso que a marca tem vindo a passar aos seus clientes e fãs nos últimos anos.
De acordo com um porta-voz da Victoria's Secret & Co. em entrevista à People, a empresa está empenhada em defender as mulheres e “está sempre a inovar e a criar ideias em todas as esferas do negócio para continuar a colocar o cliente no centro de tudo o que fazemos".
Durante estas quase duas duas décadas, o Victoria's Secret Fashion Show foi muito mais do que um simples desfile de moda, sobretudo quando em 2001 incorporou um elemento de performance que incluiu estrelas como Katy Perry, Maroon 5, Jay-Z, Kanye West, Taylor Swift, Selena Gomez, The Weeknd, Harry Styles, Ariana Grande, Ed Sheeran, Rihanna, Justin Bieber, Bruno Mars, Destiny's Child , Usher, Justin Timberlake e outros.
Mas o que irá realmente acontecer na passerelle de agora em diante? Será que que vamos ter tudo isto de volta também? Resta-nos esperar por novas informações.