Córsega, uma montanha no meio do mar

Córsega: “Uma montanha no meio do mar”

"Diz-se que a simplicidade é o novo chique; se assim é, a Córsega é o lugar certo para conhecer."

Não é à toa que se diz que a Córsega é uma montanha no meio do mar. E isso talvez seja o que mais impressiona à chegada: as suas majestosas montanhas, numa ilha que é absolutamente verde e selvagem, tirando as grandes cidades. Mas há que fazer um alerta: é que se viajam até aqui à espera de encontrar uma extensão da Cotê d’azur, dada a proximidade e o fato de ser território francês, esqueçam. É uma proposta completamente diferente que ganha pelo facto de não ter ainda um turismo massificado e pela genuinidade do lugar. Além das praias, que são absolutamente espetaculares. Ali não há pressa para nada. Diz-se que a simplicidade é o novo chique; se assim é, a Córsega é o lugar certo para conhecer.

O bom desta ilha é que está apenas a 30 minutos de avião da costa francesa, e dada a sua proximidade é uma excelente alternativa para quem gosta de férias de barco. No Verão, levará apenas umas 5 horas de viagem, num iate a motor, a partir do sul de França. Bonitácio e Porto Vechio são as cidades mais conhecidas da ilha, na zona sul, mas não é desse lado que vou falar hoje. Pelo contrário, quero que conheçam a zona norte, muito menos explorada, que podem fazer voando para Calvi, Ajaccio ou Bastia, a região mais selvagem da ilha. Aqui, se o mar estiver calmo, podem visitar as impressionantes calanques de Piana que são um resultado direto da atividade vulcânica. As suas formas sinuosas derivam de anos e anos de exposição direta aos elementos, sejam eles a força do mar nas rochas, as águas abundantes que jorram pela montanha no inverno, ou a ação direta das chuvas. Rochas estas que mergulham num mar absolutamente transparente e turquesa, que deixa qualquer um de queixo caído. Não é por acaso que são consideradas, desde 1983, Património da Humanidade, classificado pela UNESCO.

Podem ainda fazer trekking numa rota própria para o efeito, mas nada supera o impacto de quem as vê do mar, pelo que se não tiver o seu próprio iate não lamente, pois é fácil conseguir apreciar este espetáculo natural a partir de um dos inúmeros barcos que saem para o efeito dos vários portos da zona. Além disto, não deixem de fazer uma incursão pelo interior da ilha e visitar os principais vilarejos que mais parecem enfeitar o topo das montanhas. Destaco Pigna e Speluncato, apesar de Saint’Antonino ser o mais popular e merecer igualmente uma paragem. Acontece que este último é o mais turístico dos vilarejos, mas também o mais abandonado pelas gentes locais.

Visitar estas aldeias, é ainda um convite a descobrir a deliciosa comida “corsa”, na qual as azeitonas são um dos ingredientes dominantes, bem como os enchidos e os queijos. Em Pigna não deixem de experimentar A Mandria di Pigna, um espaço com um ambiente relativamente simples que tem uma surpreendente lista de vinhos: de Romanee Saint-Vivant a Cheval Blanc, há de tudo. Percebe-se porquê: a comida é tão boa, que precisa dos melhores para a acompanhar.  Já perto de Speluncato, façam uma paragem no I Salti, um dos mais interessantes da Balagne. Se buscam uma proposta mais sofisticada, então não deixem de marcar mesa no restaurante gastronómico do hotel La Signoria, já em Calvi, cuja cozinha do chef Romain Masset foi distinguida com uma estrela pelo guia Michelin. Se estiver com um grupo de amigos e os quiser surpreender fale com o chef Jean-Antoine Ottavi (instagram @ja.corsica) para que vos prepare um dos seus famosos e mágicos piqueniques, que podem organizar na praia ou na montanha, que leva o nome de “Mère Nature”, no qual o chef utiliza os melhores ingredientes locais. A decoração leva também a sua assinatura e é fundamental para compor a proposta.

Não posso terminar esta crónica sobre a Córsega, sem falar mais detalhadamente das praias. Como já disse, a água é absolutamente espetacular: transparente e em vários tons turquesa. Nenhuma foto lhes faz justiça. Destaco a praia de Calvi, cuja extensão de 6 kms lhes oferece várias propostas para estender a toalha. Contudo, aconselho que escolham os últimos clubes de praia, ou seja, os mais distantes da cidade, se querem locais mais cool e bem ambientados. Detalhe: na Córsega não se dança nos clubes de praia. Nem se quer. Os próprios locais dizem que “aqui não é St Tropez”. Deixo ainda a referência de uma outra praia em Lumio, a cerca de meia hora de Calvi, que não tem qualquer apoio de restauração, mas que merece absolutamente uma visita e um mergulho: Saint Ambroggio. O lugar é tão preservado que os animais não têm qualquer problema de andar por ali à vontade. Portanto, não se assuste se um mergulhão atrevido nadar ao seu lado a alta velocidade. Eles gostam de brincar.

Gourmet

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