O ano que agora começou será, à partida, o mais normal dos últimos dois anos. Com a ameaça da pandemia aparentemente controlada e a guerra na Ucrânia sem grandes desenvolvimentos, a crise climática, o desenvolvimento dos sistemas de Inteligência Artificial e consequente proliferação de armas letais autónomas ou de programas de computador sencientes poderão ser as principais ameaças para a civilização a curto prazo, escreve o jornal britânico Guardian, num artigo que explora a forma como a indústria cinematográfica – sobretudo a de Hollywood – imaginava que 2023 seria.
O jornal britânico olha para trás e para os cenários traçados por alguns desses filmes e chega à conclusão de que o presente ano foi retratado com uma certa “ansiedade sobre quais os cataclismos que poderiam chegar e a incerteza dos dias que se avizinham”. Alguns deles, refere ainda o Guardian, “visam um realismo social, outros centram-se numa noção mais vasta do nosso fim espetacular, mas unem-se no medo de que as coisas não melhorem num futuro próximo”.
Se em Vingadores: Endgame, de 2019, o segundo filme mais lucrativo da história do cinema, de acordo com o site Box Office Mojo, 2023 é o ano em que surge o supervilão Thano, que com um estalar de dedos vaporiza metade da população, em X-Men: Dias de um Futuro Esquecido, de 2014, o cenário traçado não é melhor: “desde drones não tripulados com capacidades destrutivas devastadoras até à linha cada vez mais arrepiante de cães de ataque sem rosto concebida pela Boston Dynamics, não é preciso muita suspensão de descrença para ver o caminho que termina connosco na mira dos nossos novos lordes cibernéticos”, sintetiza o mesmo jornal sobre a trama do filme da Marvel.
Já Gemini Rising, um thriller de ficção científica de 2013, imagina a chegada de dois extraterrestres que trazem com eles organismos perigosos e Gunbuster, um anime de Hideaki Anno de 1989, são outros dos filmes mencionados no mesmo artigo.