Carolina Beatriz Ângelo | Fotografia: parlamento.pt
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A história da primeira mulher a votar por causa do ex-presidente do Benfica

Ao longo das últimas décadas, muito mudou no direito ao voto e, num dos capítulos desta história, há um nome que se destaca: Carolina Beatriz Ângelo.

Portugal está a caminho de mais umas eleições legislativas, que irão definir qual será o novo partido a ganhar o poder no Parlamento. Graças ao 25 de abril de 1974 o direito de voto abrange atualmente todos os eleitores nacionais maiores de idade, homens e mulheres, no entanto, nem sempre foi assim, havendo vários capítulos na história das eleições portuguesas. 

Um desses capítulos leva-nos a falar do Sport Lisboa e Benfica, clube que foi primeiramente presidido entre 1906 e 1908 por Januário Barreto, também médico, ativista republicano, futebolista. Ora o que tem o presidente do Benfica que ver com as eleições? Tudo. Em particular com o direito de voto das mulheres. 

Januário Barreto era marido de Carolina Beatriz Ângelo, formada em medicina e líder do movimento republicano feminino. Quando o ex-presidente do Benfica morreu vítima de uma tuberculose pulmonar com apenas 33 anos, em 1910, Carolina Beatriz Ângelo, tendo formação superior, alegou ser chefe de família, mudando dessa forma o seu direito de voto. 

Uma vez que a lei previa que “todos os portugueses maiores de vinte e um anos, à data de 1 de maio” de 1911, “residentes em território nacional”, que sabiam “ler e escrever” e eram “chefes de família" podiam votar, Carolina Beatriz Ângelo pôde participar nas eleições da Assembleia Nacional Constituinte de 1911, tornando-se assim na primeira mulher a votar em Portugal.

No entanto, o ato não foi duradouro. Em 1913, foi aprovado um novo código eleitoral que dizia que “são eleitores de cargos legislativos os cidadãos portugueses do sexo masculino maiores de 21 anos ou que completem essa idade até ao termo das operações de recenseamento, que estejam no pleno gozo dos seus direitos civis e políticos, saibam ler e escrever português, e residam no território da República Portuguesa", excluindo assim novamente as mulheres. 

Esta lei continuou em vigor durante muitas décadas, até tudo mudar no 25 de abril de 1974, data em que foram abolidas todas as restrições ao voto feminino. 

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