São escassas as informações sobre os primeiros anos de vida de Elizabeth Larner, uma inglesa nascida em 1928 e que viria a ser adotada por Bertram Thomas Larner e Dorothy Cordelia Cheney, uma das damas de companhia da Rainha Mary, avó da Rainha Isabel II, esposa do Rei George V do Reino Unido.
É graças a esta ligação com a realeza britânica que Elizabeth Larner ganha o diminutivo Betty, com que passou a ser conhecida Betty Larner e que, só mais tarde, viria a mudar o apelido para Grafstein na sequência do seu segundo casamento com Albert Grafstein, um negociador de diamantes.
Mas esta convivência com a realeza britânica pode ajudar a explicar o gosto de Betty Grafstein por luxos, joias e obras de arte. Como dama de companhia da rainha, Dorothy Cordelia Cheney tinha acesso à corte e convivia de perto com a monarca, ajudando desde a escolha das roupas e joias, até à preparação para os eventos sociais.
Por norma, as damas de companhia eram mulheres de famílias aristocráticas ou nobres, que tinham por missão prestar assistência pessoal à rainha, com quem mantinham relações de proximidade. É provável que Dorothy tenha tido uma relação de confiança com a Rainha Mary, conhecida por ser colecionadora de arte.
O interesse da monarca por arte e antiguidades fez com que colecionasse peças de valor histórico, o que ajudou a enriquecer o acervo real, tendo desempenhado um papel importante na preservação do património cultural da Grã-Bretanha.
A adoção de Betty Grafstein por Dorothy Cordelia Cheney fez com que Betty fosse inserida num ambiente de alta sociedade, com acesso a círculos sociais exclusivos e influentes. Crescer neste ambiente proporcionou a Betty uma educação mais refinada e uma compreensão das tradições e da etiqueta da nobreza.
A convivência com a mãe e a exposição ao círculo da Rainha Mary podem ter despertado ou aprofundado o interesse de Betty por arte e colecionismo. Este legado pode ter moldado a sua personalidade e os interesses ao longo da sua vida, e não é por acaso que Betty Grafstein viria a interessar-se por obras de arte e joias.
Foi assim que conheceu, nos anos 90, José Castelo Branco, na altura marchand de arte. O interesse de ambos por arte, joias e luxos acabou por os unir e viriam a casar em 1996.
Betty Grafstein viria a pedir o divórcio na sequência de um alegado caso de violência doméstica, perante o qual José Castelo Branco continua a ser investigado, e que levou ao internamento de Betty num hospital em Cascais em abril de 2024.