Fotografias: D.R | Edição de imagem: Vasco dos Santos
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A lista da Rolling Stone canta bem, mas não alegra ninguém

Afinal, cantar bem não chega para se ser um bom cantor. Segundo a chuva de críticas da Internet, é esse o critério que sustenta as escolhas da Rolling Stone para a lista dos melhores cantores de todos os tempos.

Assim que a conceituada revista de música disponibilizou a lista dos “200 melhores cantores de todos os tempos”, imaginámos encontrar por lá Céline Dion, mas nenhum lugar do ranking foi concedido à cantora canadiana. O primeiro lugar é de Aretha Franklin e o último de Rosalía. Entre estas duas, restam 198 posições distribuídas por outras vozes assinaláveis, mas Céline Dion parece não estar à altura de nenhuma.

Como seria de esperar, não tardou a instalar-se um frenesim na Internet. Multiplicam-se reações de espanto e de revolta pela ausência da intérprete de My Heart Will Go On na lista, e não só. Outras faltas foram notadas, como a de Dionne Warwick, de Annie Lennox, de Cher ou de Diana Ross. A indignação face à omissão do nome da cantora canadiana apenas foi mais sentida por não ser a primeira vez que Céline é premeditadamente esquecida.

E se as ausências são, por si só, problemáticas, as teorias especulativas que crescem ao redor das decisões da revista também o são. Há quem acredite que o propósito seja o de gerar mais visualizações, precisamente pelas discussões que o artigo tem provocado.

Mas antes mesmo das críticas, a Rolling Stone já se tinha adiantado com um disclaimer que não serviu de música para os ouvidos dos queixosos: “Antes de começarem a andar para baixo (e a comentar), tenham em mente que isto é a lista dos Melhores Cantores, não a lista das Melhores Vozes. O talento é impressionante; o génio é transcendente.” 

E, se a justificação acima não ganhou a validação dos leitores, a declaração que se seguiu nas redes sociais da revista de música também não conquistou elogios: “Ontem, incendiámos a Internet com o nosso novo ranking dos ‘200 Maiores Cantores de Todos os Tempos’. Em todos os casos, o que mais importou para nós foi a originalidade, a influência, a profundidade do repertório de um artista e a amplitude do seu legado musical. Uma voz pode ser linda como a de Mariah Carey, áspera como a de Toots Hibbert, discreta como a de Willie Nelson, escorregadia e sumptuosa como a de D’Angelo ou estimulante como a de Bob Dylan.”

Só não pode é ser a voz de Céline Dion, completariam os descontentes com a matéria. E, entre os mesmos, encontramos o produtor e músico Jamie Lambert, que escreve o seguinte: “Com todo o respeito, não incluir Céline Dion, indiscutivelmente a melhor técnica vocal de todos os tempos, nesta lista é traiçoeiro.”

 

Outros tantos tweets contestam as escolhas da Rolling Stone, bem como os critérios pela revista apresentados: “O que distingue exatamente um ‘grande cantor’ de uma ‘grande voz’? Não precisa da voz para cantar?”

A verdade é que quando a Rolling Stone fala de Aretha Franklin, destaca a sua voz como “uma força da natureza. Uma obra de génio. Um presente dos céus”; e quando fala de Whitney Houston também refere que a cantora “possuía um soprano tão poderoso quanto terno”. Ou seja, é claro que a voz importa - a voz de Céline Dion é que não importa nada?

Com ou sem o destaque da revista, a cantora canadiana continua a ser uma das cantoras mais bem-sucedidas do mundo e com uma legião de fãs notável - o que deve valer uns valentes pontos na influência, - e mantém cinco Grammys - o que deve dizer algo de bom sobre o seu repertório...

Considerações à parte, apenas podemos concluir que Céline Dion canta bem, só não parece alegrar a lista.

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