Exilado nos Emirados Árabes Unidos após ter abdicado do trono espanhol, em junho de 2014, a favor do filho Felipe VI, Juan Carlos de Espanha passou grande parte da juventude no Estoril, para onde se mudou com a família aos 8 anos.
A família real espanhola instalou-se na Villa Giralda durante o exílio em Portugal e foi aqui, junto à praia, que Juan Carlos desenvolveu a sua paixão pela vela, que praticava na baía de Cascais, e que viveu um dos momentos mais trágicos da sua vida.
No dia 29 de março de 1956, Juan Carlos estava a brincar com Alfonso de Borbón, o seu irmão mais novo de 14 anos, que viria a falecer após ter sido acidentalmente atingido por um disparo de uma arma de fogo.
Segundo os relatos, ele e o irmão estariam a manusear uma pistola quando o acidente ocorreu. Apesar das circunstâncias exatas nunca terem sido totalmente esclarecidas, as suspeitas sobre a morte de Alfonso recaem sobre Juan Carlos.
No livro O Segredo do Rei, o historiador e jornalista José Maria Zavala dá a entender que terá sido o Juan Carlos a disparar acidentalmente sobre o irmão mais novo, tendo Alfonso sido sepultado num cemitério em Cascais e a arma atirada ao mar pelo pai. A tragédia terá deixado uma marca profunda na família real espanhola.
Adquirida pelo Conde de Barcelona, Juan de Borbón, pai de Juan Carlos, nos anos 40, a Villa Giralda serviu de base à família real espanhola durante o exílio devido ao clima político instável em Espanha durante a ditadura de Franco.
A região do Estoril era conhecida por acolher várias famílias reais e aristocráticas europeias no exílio, proporcionando um ambiente relativamente seguro e discreto.
Atualmente, a Villa Giralda é uma propriedade privada e não está aberta ao público, continuando a ser um ponto de interesse histórico para quem estuda a história da realeza europeia.