Inês Flower Lab | Fotografia: Nuno Cruz
Design e Artes

Inês Flower Lab: não é só sobre flores, é sobre o momento

Através do Inês Flower Lab, Inês Arede destaca momentos através de combinações de flores pouco vistas em Portugal. Não é uma florista, mas afinal que projeto é este?

Nos momentos mais importantes das nossas vidas, estão quase sempre presentes flores, assim como champanhe. Mas às vezes não chega haver só um flûte ou um bouquet, pode estar muito mais envolvido e a envolver a história como conta a responsável do projeto Inês Flower Lab.

“Uma menina que mora na Suíça com o marido e o filho pediu-me que fizesse um bouquet para comemorar o aniversário da sogra. Quando o entreguei à senhora, assim que percebeu através do cartão de quem era, chorou muito. E eu chorei muito também. Acho que só reparou na beleza das flores depois, mas a mensagem, o sentimento, a lembrança que as flores carregam é do mais prazeroso que há para mim. Fazer parte de momentos felizes e preenche-me a alma”, relembra Inês Arede, jovem de 27 anos.

Inês Arede, 27 anos, fundadora do Inês Flower Lab | Fotografia: Nuno Cruz

Inês licenciou-se em Gestão de Empresas e chegou a exercer na área, primeiro em Contabilidade e Fiscalidade numa multinacional e depois na banca na área fiscal, mas percebeu que não era esse o caminho e a oportunidade não tardou.    

Depois de em 2022 o namorado, Bernardo Ventura, ter aberto o restaurante Rio de Prata, em Marvila, soube de um curso que iria abrir para desenvolver a zona, em parceria entre o fundo de investimento que gere os empreendimentos e uma escola de Arte Floral e Inês, que já era apaixonada por flores, inscreveu-se de imediato.

Foi uma das dez escolhidas e começou o sonho em janeiro de 2024.  

“Essa semana foi de encanto absoluto, de uma aprendizagem imensa, e senti que queria muito trabalhar com flores. Mas sabia que não era de todo um objetivo abrir uma florista”, diz à VERSA. O sonho era sim fazer arranjos para eventos e bouquets de noiva, que aprendeu num dos módulos do curso (com três fases).

Das redes sociais floresce um negócio  

O Dia dos Namorados será para sempre especial para Inês Arede. À parte do significado que todos conhecemos, marca a data em que a paixão por flores se tornou uma relação séria.

“Entre um curso e outro, aconteceu um dos melhores dias a nível floral, o Dia dos Namorados. Muitos amigos pediram-me para fazer alguns bouquets e, na verdade, sem querer surgiu a Inês Flower Lab", conta. 

 

Apesar de muitas vezes vermos as flores só como um presente, para Inês servem "para fazer destacar ainda mais o momento" e o dia 14 de fevereiro de 2024 é um bom exemplo disso.

Mas, afinal, não sendo uma florista, o que é a Inês Flower Lab?  

É um projeto de arranjos e bouquets de flores personalizados, com combinações como só se veem, aliás, viam, lá fora. 

“Comecei a seguir muitas floristas e projetos ligados às flores desde o início do curso e aqueles com que mais me identifiquei foram de floristas australianas. Conjugam muito os tons pastel, com cores mais vívidas. Acho o maior charme”, comenta Inês. Com estas inspirações, criou a sua própria identidade e encontrou um segmento de mercado que considerava faltar em Portugal.  

“Focam-se muito nas flores brancas conjugadas com outras cores e com muito verde (folhas, portanto), que tiram o grande destaque das flores. O verde dá a sensação de ramo maior, dura muito, mas não me identifico propriamente. Inspiro-me mesmo num jardim, em que a flor tem uma folha ou outra, mas no bouquet o destaque tem de estar nas flores. Na verdade, o cor-de-rosa e o laranja são o ponto de partida para cada bouquet (salvo exigência de algum pedido, obviamente)”, nota.  

A partir daqui, o processo é um “um total quebra-cabeças”, brinca Inês, mas que vai desconstruindo, ora seguindo algum pedido específico, ora, como habitualmente acontece, dando uso à liberdade criativa que lhe é confiada. 

“Como não tenho uma loja aberta, sempre que me pedem um bouquet vou ao meu fornecedor e o principal é escolher as mais frescas. Entregar um bouquet em que as flores foram colhidas há pouco tempo, é crucial”, refere.  

A escolha da variedade vai sempre depender do budget do cliente, mas o importante é reunir todas as que completarão o tal quebra-cabeças. De acordo com a fundadora do Inês Flower Lab, tudo começa pela flor que será o destaque (flores maiores e que irão sobressair mais), depois escolhem-se flores acessórias (elegantes, mais pequenas, que combinam e trazem ainda mais destaque às flores principais), que são quase consideradas como verdura (limoneos, statice, camomila) e uns apontamentos de verde.  

“É uma fórmula quase secreta para os bouquets ficarem sempre bonitos e compostos”.   

Como fazer um arranjo durar 

Há quem não goste de receber ou comprar flores por serem efémeras, perdendo às vezes para as flores artificiais, mas não há nada como um arranjo de flores frescas. Para fazê-lo durar, não basta a frescura das flores de Inês, é preciso seguir as suas recomendações.  

“Trocar a água. E água fresca. É crucial não existirem folhas em contacto com a água, mas sendo que isso não é uma preocupação, porque faço toda a limpeza das flores, trocar a água de dois em dois dias, e garantir que a água está fresquíssima. Lavar a jarra a cada troca de água, é meio caminho andado para durarem mais de uma semana", aconselha.  

 

Outra dica está relacionada com uma curiosidade sobre as rosas. Às vezes achamos que estão estragadas quando vemos uma das pétalas de fora mais enrugada, mas na verdade esse é o maior sinal de saúde que a rosa nos pode dar. 

“Essa pétala foi a que protegeu as restantes durante toda a fase de crescimento da rosa, antes de desabrochar. Quem realmente gosta de flores e presta atenção aos detalhes, considera que a rosa é pura e muito fresca por ainda ter esta pétala", remata.  

A quem ofereceria Inês um bouquet do Flower Lab? 

Podia ser uma qualquer celebridade internacional, uma figura de relevo no mundo das flores, mas quando perguntámos a Inês Arede a que pessoa conhecida ofereceria um dos seus bouquets, a resposta foi imediata: Catarina Gouveia.  

"A nível mediático é das pessoas que sigo há mais tempo e de forma mais constante. A calma, tranquilidade, forma de ver a vida e a paz que transmite. Tudo isso faz com que pensemos muito sobre a nossa vida e tentemos aproximar-nos do que queremos. O facto de não me ter resignado a uma área em que eu já não me sentia feliz, indo procurar a felicidade em algo que poderia fazer parte do meu dia-a-dia, acho que nos aproxima de alguma forma”, remata. 

O projeto Inês Flower Lab vive no Instagram, plataforma através da qual é possível encomendar arranjos e bouquets de flores, com entregas na região de Lisboa. 

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