Vamos começar pelo princípio do princípio: parece que foi ontem que o Instagram entrou pelas nossas vidas e, rapidamente, veio substituir quase que por completo o uso do Facebook e outras tantas redes sociais. A plataforma nasce com a vontade de tornar os internautas menos self centred, querendo que os utilizadores partilhassem mais fotografias de paisagens e de tudo o que os rodeava. Mas, rapidamente, trocámos as voltas e as selfies ganharam quase que vida própria (entre muitos filtros). E se o Instagram nos fez a vontade uma vez… só podia voltar a fazer. São os utilizadores que decidem o rumo da rede ou não fossem os mesmos que a usam.
Desta vez, e nem há muito tempo, estávamos a fazer scroll no nosso feed de Instagram quando fomos bombardeados com um feed inundado de vídeo em ecrã inteiro. Lembras-te dessa funcionalidade? Sim, foi ontem, mas tudo muda e, no digital, muda rápido demais.
Nessa altura, estávamos todos a ser testados. E passámos com boa nota. Isto porque acabámos por boicotar o desejo que o Instagram tinha de se assemelhar ao mundo rival do TikTok, onde tudo se baseia em consumo rápido de vídeo.
O cérebro da rede social em questão – de seu nome Adam Mosseri - veio tentar convencer-nos de que, na Era digital, esse era o caminho a seguir e que não era por isso que passariam a desprezar o consumo de fotografias. Vídeo e mais vídeo, tal e qual o TikTok era, no entanto, o objetivo. Mas não nos convenceu e claro que as críticas não tardaram a chegar. Um motim de slogan “Make Instagram Instagram again” (“Torna o Instagram no Instagram outra vez”, em tradução) insurgiu-se e a revolta teve resultado. Moseri voltou atrás e nós reconquistámos as antigas funcionalidades do feed.
Com isto, deixo aqui a minha mensagem ao Instagram: querido amigo de tantas noites e dias, somos seres de hábitos e estranhamos o novo, dá-nos tempo e pode ser que nos faças querer acompanhar o processo evolutivo do digital. Mas, por favor, deixa o TikTok ser o TikTok. Todos somos bonitos à nossa maneira.