A estreia de Jeanne du Barry, na abertura do Festival de Cannes, esta terça-feira, assinala o regresso de Johnny Depp às grandes produções como protagonista, depois de um interregno de três anos motivado por uma batalha legal com a ex-mulher Amber Heard.
Apesar dos anos tumultuosos, e de ter sido afastado de filmes de relevo, como o spinoff de Harry Potter, Monstros Fantásticos, o ator continuou a marcar presença em vários festivais de cinema por todo o mundo.
Questionado sobre se Johnny Depp deveria marcar presença em Cannes tendo em conta as acusações de abuso de Heard, o diretor do festival, Thierry Fremaux, enquadra a presença do ator norte-americano para a exibição do filme da realizadora e atriz Maïwenn como se tratando de uma questão de “liberdade de expressão”.
“Não sei o que se passa com a imagem de Johnny Depp nos Estados Unidos. Para dizer a verdade, na minha vida, só tenho uma regra: a liberdade de pensar, a liberdade de expressão e de agir dentro de um quadro legal”, afirmou o responsável, citado pela Variety, numa conferência de imprensa em que foi confrontado com questões relacionadas com as acusações que recaem sobre o ator.
Thierry Fremaux, apesar de toda a controvérsia, prefere focar-se nas capacidades de Depp enquanto ator. “Quanto ao resto, sou a última pessoa a poder discutir tudo isto. Se há uma pessoa que não encontrou o mínimo de interesse neste julgamento tão publicitado, sou eu. Não sei do que se trata. Também me preocupo com Johnny Depp como ator”, justificou.
O novo filme de Depp conta a história de Jeanne Bécu, amante e última maîtresse-en-titre do Rei Luís XV, acabando por ser executada durante a Revolução Francesa. Johnny Depp dá vida a Luís XV, contracenando com Maïwenn, que assume também a personagem de Jeanne.
Depois de Depp e Heard terem-se acusado mutuamente de agressões físicas e verbais, um júri civil atribuiu a Depp 10 milhões de dólares de indemnização e dois milhões de dólares a Heard. Em dezembro passado, chegaram a um acordo.