O que é materialidade e imaterialidade? Que efeitos suscitam a matéria e a técnica na exploração de novas expressões artísticas? Estas são algumas das reflexões que (Im)materiality, patente no Not a Museum, em Lisboa, até 15 de julho, se propõe a explorar com a mostra de 90 obras de 48 artistas, entre os quais Susana Cereja, Stephané Corandie, Pedro Pires e Vanessa Barragão.
Dividida em três núcleos em que a pintura, o desenho, a escultura, a fotografia e a ilustração estão em destaque, a exposição “centra-se no fascínio produzido pelos efeitos transitórios da matéria e da técnica, decorrente do atual interesse da comunidade artística pela exploração de novos materialismos, de novos meios e géneros artísticos, cada vez mais híbridos, bem como da sua dedicação crescente à recuperação e consagração de práticas ancestrais de criação artística”, explica a organização numa nota de imprensa.
Com direção artística e produção da This is Not a White Cube, a primeira galeria africana no país, (Im)materiality “desafia o status quo e a significação da materialidade e da imaterialidade, que aqui são constantemente questionados e também continuamente redefinidos. Apresenta a obra de arte como um objeto social cuja forma material, longe de ser acessória, é ao contrário, essencial para a geração de um sentido”.
Uma constante na mostra é “a noção de ambiguidade de género”. Dessa forma, “é permitido compreender a forma como os autores avaliam a matéria e a não-matéria, a tangibilidade e a intangibilidade como um meio de comunicação, seja expandindo a mídia e as narrativas tradicionais, seja utilizando objetos do quotidiano como recurso para edificar novas formas”, revela a organização.
Realizada em parceria com a Art Mexto, o projeto Not a Museum, Carpe Diem Arte e Pesquisa e a galeria This is Not a White Cube, a mostra pretende promover também um diálogo entre países com relaçõe históricas e coloniais, refletindo, sobretudo, sobre o “conceito de descolonialidade” e sobre como a arte contemporânea africana tem ganhado destaque no mercado global de arte.
O projeto Not a Museum, criado em 2018 pela promotora imobiliária Mexto Property Investment, promove uma programação de arte contemporânea procurando estreitar o contacto entre artistas, galerias, colecionadores, curadores e agentes culturais de diferentes latitudes.
Palais Castilho, Rua Castilho, 3, Lisboa. Ter-Sex, 14h-19h. Entrada livre