Steven Meisel 1993 A Year in Photographs. © Profirst, Justin Paquay
Design e Artes

Steven Meisel e a rara exposição do seu ano mais intenso de sempre

Há Madonna nua, Barbra Streisand pós birra e uma obsessão por Twiggy. Há olhares genuínos, outros não tanto, mas sempre fortes. 1993 foi o ano mais intenso de Steven Meisel e agora podes vivê-lo.

Hoje, qualquer modelo daria tudo para poder ser fotografada por ele, mas nos anos 60 era Steven Maisel quem fazia mesmo tudo por elas. Com apenas 16 anos, faltava à escola para percorrer as ruas de Nova Iorque, com a sua Instamatic ao pescoço, em busca de agências de modelos.

À porta, fotografava as mulheres que de lá saíam como um pequeno paparazzo porque, para ele, elas eram perfeitas, seres saídos de capas de revista, mesmo antes de serem sequer descobertas, conta Jimmy Moffat, agente há mais de 40 anos de Steven Meisel.

Muitas podem nunca ter vingado na moda ou ter existido apenas na cabeça do pequeno Meisel, mas, quando cresceu, soube dar-lhes vida através das fotos. O seu trabalho deu forma a uma nova Era que marcou a estética e a cultura pop dos anos noventa: a das supermodelos.

Algumas destas primeiras fotografias estão presentes na exposição Steven Meisel 1993 Um Ano em Fotografias, que já pode ser visitada no Muelle de la Batería, na Corunha. Servem de carta de apresentação para uma explosão criativa que se deu em 1993 e que levou à assinatura de mais de 192 fotografias de moda e de 28 capas de revistas - quase todas da Vogue Itália.

“Talvez esse número não signifique muito para a maioria das pessoas, mas imaginem um músico que faz 40 discos num ano, ou um escritor que lança 30 grandes romances”, explicou Moffat. Assim, o caso já muda de figura. E é bem impressionante.

Esta é a primeira grande exposição do trabalho de Steven Meisel, que só aceitou fazê-la porque confia plenamente na sua amiga Marta Ortega Pérez, presidente da Inditex, com quem já trabalha há vários anos. Sim, porque é o norte-americano que fotografa as campanhas da Zara há cerca de 6 anos.

Foi a fundação de Marta, a MOP, que organizou esta exposição, revalidando, assim, o seu compromisso com a cultura e a moda no espaço de exposições do cais da Batería na cidade galega, onde, no ano passado, esteve uma mostra do fotógrafo Peter Lindberg.

Mas, quando pensamos numa exposição deste calibre, esperamos ver a retrospetiva de uma vida, uma homenagem póstuma. Só que Meisel está bem vivo, recomenda-se e continua a trabalhar. Por isso, o objetivo foi dar a conhecer todo o trabalho feito num ano tão prolífico e muito importante para ele.

O trabalho de Meisel é muito diversificado: às vezes simples e sensual, a preto e branco, outras vezes exuberante e colorido, captando a essência da década, mas sempre centrado numa conexão individual com o tema e com a/o modelo.

Meisel vive para a fotografia, sobretudo para captar os melhores retratos das pessoas que ama, que admira e com quem mantém uma amizade, uma proximidade, em vez de fotografar estranhos. Prova disso é o livro Sex, lançado em 1992, que resultou de um relacionamento próximo com Madonna e que serviu de "gatilho" para o trabalho do ano seguinte.

Mas voltamos à exposição. Há muita beleza, autenticidade e fantasia. Há Madonna nua e um retrato de Barbra Streisand no porto de Nova Iorque, captado depois de uma birra da artista que não queria sujar os pés. Há Carla Bruni, Naomi Campbell, Hamish Bowles, Christy Turlington, Claudia Schiffer e Twiggy (por quem Meisel era obcecado). Há muitas pernas, olhares genuínos e outros fabricados, mas todos eles com uma intensidade de arrepiar. E há Linda Evangelista a sorrir como só ela sabe fazer.

Steven Meisel é, para além de fotógrafo, “o melhor cabeleireiro, o melhor maquilhador, o melhor estilista”, diz Jimmy Moffat. Preocupa-se com cada pormenor e retratou as suas modelos como seres inatingíveis, cheios de sensualidade e glamour. E o resultado é este, é incrível.

Começou a trabalhar com Naomi Campbel quando ela tinha apenas 15 anos e com Christy Yurlington aos 17. Apoiava-as, dava-lhes confiança, acreditava nelas. E foi por causa dele que se tornaram supermodelos.

“Steven e eu apoiávamo-nos mutuamente. O trabalho era trabalho, mas não parecia; era também diversão e podíamos trabalhar a noite inteira para conseguir o que pretendíamos: o resultado final, a estética desejada, a essência da sessão. Foi uma época muito especial”, diz Naomi Campbell. Já para Hamish Bowles, “Steven Meisel é um alquimista. Pode agarrar em algo que parece uma coisa e transformá-lo completamente, noutra coisa muito distinta”.

Steven Meisel 1993 Um Ano em Fotografias estará no Muelle de la Batería, na Corunha, até 1 de Maio de 2023 e a entrada é livre. Os donativos voluntários e as receitas geradas pela venda de merchandising serão destinados ao projeto Future Stories, dirigido ao apoio a criadores na sua carreira artística.

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