Trash TV
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Trash TV: um prazer inofensivo ou um atentado à inteligência?

Mesmo que queiramos torcer o nariz à trash TV, qualquer conclusão sobre este tema vem atrelada de controvérsia.

É rara a pessoa que já não tenha tido a curiosidade de espreitar um reality show e a maioria chega mesmo a sucumbir aos prazeres da trash TV. Volta e meia não conseguimos tirar os olhos das séries que põem o cérebro em pausa e são um sucesso em todo o mundo.

Com mais ou menos vergonha, assumimos estes guilty pleasures e pensamos se serão estes também os culpados de alguma estupidificação humana. Tenho as minhas dúvidas, mas assistir ao Keeping Up With The Kardashians ou ao The Real HouseWifes não será propriamente um barómetro de Q.I. Se ter curiosidade pelo lifestyle destas figuras é um atentado à inteligência, então, deveria dizer: "Adeus, queridos estudos, preciso de saber com urgência qual o próximo affair de Kim Kardashian?"

Por outro lado, será que fomos longe demais quando a nossa droga de eleição é o Married At First Sight ou o Love is Blind? Talvez não. Não sei, quero permitir-me compreender o processo de raciocínio que leva uma pessoa a casar-se com outra sem a conhecer. Ou sentir-me menos ingénua com os fatídicos erros dos outros. E, depois, coberta de razão, posso gritar para a televisão: "Eu avisei-te que isto ia correr mal!".

Como acontece em todos os reality shows, o que procuramos é relacionarmo-nos com os intervenientes ou, claro, apontar-lhes o dedo. Nos momentos gloriosos da trash TV, ou seja, aqueles que promovem alguma dignidade de conteúdo, rimos e choramos com a vida atarefada de uma mãe com 8 filhos [Kate Plus 8], com as dificuldades e conquistas de mães adolescentes [Teen Mom] ou com a noiva que encontra o seu vestido de sonho [Say Yes To The Dress]. Mas, nos últimos anos, talvez tenhamos ido longe demais ao subirmos demasiado a fasquia do trashy.

Depois do controverso homem solteiro que "seleciona" a mulher dos seus sonhos [The Bachelor], - que deixa feministas e muitos outros de cabelo em pé - chega-nos casais nus [Dating Naked], jovens em noites loucas [Geordie e Jersey Shore], e reencontros pouco convencionais entre ex-namorados [Ex On The Beach] e tantos outros que fazem temporadas atrás de temporadas justificadas pelo consumo massivo. E, quando achamos que não há mais nada para inventar, a Netflix aterroriza-nos com encontros amorosos entre pessoas mascaradas de animais [Sexy Beasts] ou mostra-nos pessoas fechadas num quarto a falar num chat [The Circle].

Certo é que, no meio disto tudo, há uma verdade universal: os guilty pleasures são bem-vindos, mas tudo o que é demais, além de enjoar (talvez) seja um erro.

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