Lisboa | Fotografia: Unsplash
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Depois do susto, novo filme retrata impacto de um sismo em Lisboa

'O Melhor dos Mundos', novo filme de Rita Nunes, chega às salas de cinema em novembro, mas aborda um tema que está longe de ser ficção, como nos demonstra o sismo registado a 26 de agosto.

No rescaldo do sismo sentido esta segunda-feira em Portugal, o maior em território continental desde 1969, muito se tem debatido sobre se estamos preparados para enfrentar um tremor de terra de maior intensidade e quais seriam as suas consequências. 

A mensagem política do Governo e do Presidente da República é a de que estamos preparados: que temos os meios logísticos e de salvamento necessários para dar uma resposta; mas esse sentimento de prontidão esmorece-se quando ouvimos os especialistas que, repetidamente, têm vindo a alertar os sucessivos Governos para a falta de investimento no mapeamento geológico das zonas mais vulneráveis como Lisboa, para a falta de fiscalização das intervenções em edifícios particulares e para a efetiva aplicação das regulamentações anti-sísmicas nas construções e reabilitações de estruturas públicas e privadas um pouco por todo o país.

O que aconteceria se um sismo de intensidade semelhante ao de 1755 se repetisse em Portugal? O Melhor dos Mundos, um filme da cineasta Rita Nunes, exibido nesta edição do IndieLisboa, e com estreia comercial nas salas nacionais marcada para novembro, explora esse cenário num futuro próximo, relembrando-nos de que não se trata de se irá acontecer, mas de quando.

No filme protagonizado por Sara Barros Leitão, com um elenco composto por Miguel Nunes, Rui M. Silva, Daniel Viana ou Flávia Gusmão, é dado a conhecer os bastidores de uma equipa de cientistas do Instituto Português do Mar e Atmosfera (IPMA) responsável por monitorizar a instalação de cabos submarinos de comunicação que ajudam a detetar possíveis sismos.

Estamos em 2027 e Marta (a personagem de Sara Barros Leitão) descobre que está iminente um sismo de grandes dimensões. O filme mostra de que forma é acionado pela Proteção Civil o plano de emergência, as reuniões que se sucedem e as tomadas de decisões que podem custar milhares de vidas. 

Para dar forma a O Melhor dos Mundos, a realizadora que tem no currículo Linhas Tortas (disponível na Max), recorreu aos conhecimentos de vários especialistas em sismografia, geologia e oceanografia, rodando um filme que acaba por se transformar num verdadeiro simulacro de um fenómeno natural.

Numa entrevista ao Observador, publicada em maio, Rita Nunes revela que este sempre foi um tema que lhe interessou. “Faz parte da nossa cultura, da história da cidade. O Porto, por exemplo, não tem relação nenhuma com este terramoto”, disse.

A história do filme baseia-se em factos reais – na implementação de um Sistema de Alerta Precoce de Sismo que começou a ser instalado em 2021 ao largo da costa de Sagres, mas que não foi concluído por falta de investimento, escreve a CNN Portugal, num artigo publicado esta terça-feira. 

Para a escrita do filme, vários cientistas ligados a este projeto foram entrevistados, fornecendo o conhecimento técnico necessário para a cineasta desenvolver a história com João Cândido Zacharias. “Os cabos já existem, o sismo é detetado. Não é utópico, é bastante palpável. Tornei O Melhor dos Mundos numa espécie de simulacro”, refere a cineasta na mesma entrevista ao Observador

Questionada sobre se o que mostra no filme corresponderia à realidade em caso de sismo, a resposta da realizadora é peremptória: “ É tudo o que supostamente vai acontecer.”

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