Fotografia: reprodução filme "Mean Girls"
Design e Artes

Todos cometemos shoulder surfing, só não sabíamos que era crime

A forma mais casual de cometer fraude é também um crime acidental.

É suposto existir uma intenção maliciosa por detrás da prática shoulder surfing, ainda que nem sempre haja. Mas antes mesmo de falar sobre intenções, vamos a explicações.

Shoulder surfing não é um conceito novo, mas tem sido muito falado nos últimos tempos para falar sobre dinâmicas em certas relações amorosas. Agora, usamos o termo para comentar os namorados/as que não resistem a invadir a privacidade do/a companheiro/a e, como tal, sempre que podem, deitam olho ao telefone do outro, sem o consentimento do mesmo.

Mas shoulder surfing não nasce para definir ciúmes, inseguranças ou infidelidades. Nasce, sim, para definir uma prática criminosa que consiste em roubar informações pessoais, como o PIN do telefone, ou outras senhas, de forma a extorquir contas bancárias, roubar dados, identidades, entre outros. Ainda que a tradução do termo nos leve à “navegação sobre o ombro”, nem sequer é necessário estar-se fisicamente perto de alguém para cometer este crime. Imaginemos, a título de exemplo, o seguinte cenário: enquanto decorrer uma conversa telefónica, na qual se partilham informações confidenciais, há alguém que toma nota do que foi partilhado e usa os dados em seu benefício.

Mas não descartemos o crime da “curiosidade” que aqui nos trouxe. Se vamos nos transportes públicos e pomos fim ao nosso aborrecimento prestando atenção às conversas que decorrem no Whatsapp de um telefone alheio, podemos estar a cometer um crime.

Na publicação acima, podemos ver uma das muitas publicações do fotógrafo norteamericano Jeff Mermelstein que se tornaram virais - e eram fruto de shoulder surfing. O fotógrafo registava troca de mensagens entre estranhos nas redes sociasi e, muito provavelmente, nem sabia que tal podia ser considerado crime. Ou ficou a saber mais tarde, já que tais publicações viram o seu fim - para tristeza dos muitos seguidores que se entretinham com as conversas aleatórias. 

Por isso, aos curiosos que nos leem, informem-se, antes de invadirem a privacidade de quem se senta ao vosso lado e tenham atenção à próxima viagem de comboio.

Design e Artes