Rita Salgado | Fotografia: Leonor Braz
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Rita Salgado: regista o nome da jovem designer que já está a dar cartas

A ModaLisboa é o local certo para descobrir novos talentos. A VERSA dá a conhecer um deles: uma jovem designer de apenas 22 anos.

O passa palavra é a melhor forma de darmos a conhecer uma marca ou um projeto. Rita Salgado ainda não é uma marca, mas quem sabe um dia tenha a sua. Por agora, os planos da jovem de 22 anos são outros. 

"Queria talvez desenvolver outra coleção, mas também entrar no mundo da moda através de alguma marca. Não sei ainda. Criar uma marca só minha ainda é um bocado complicado. Talvez seja mais fácil entrar em alguma marca e, através da designer de moda, desenvolver as minhas peças", conta à VERSA. 

Descobrimos Rita Salgado através da ModaLisboa, ou melhor, através de Inês Gutierrez, que compareceu num dos dias do evento com um look totalmente concebido por Rita. Um trabalho minuncioso que revela a perícia de Rita e que está refletido em toda a coleção Dimension, apresentada no final do curso, na ESAD showcase em parceria com Portugal Fashion/Bloom.

 

"Comecei pela experimentação. Utilizei várias texturas, volumes e formas orgânicas, que é uma coisa que me agrada muito. Testei, por exemplo, as peles, que foi o caso do casaco usado pela Inês Gutierrez. Comecei por quadrados, só que não me agradou muito e passei para os triângulos", começa por explicar.

"Para criar as peças do look tive de desenvolver seis moldes de triângulos, porque utilizei restos de tecidos de fábricas, de modelistas, o chamado deadstock. Tinha vários tamanhos que queria aproveitar ao máximo e consegui fazer as botas e o casaco. Foi um processo passo a passo que, no caso do casaco, me levou duas semanas", revela Rita à VERSA.

A coleção acabou por ter mais sucesso do que imaginava, o que a motivou a "desenvolver mais criações por conta própria". 

Mas há que ter em conta que as peças de Rita não são para toda a gente. São, afinal, para quem? 

"Acho que formas orgânicas é preciso estarem no mesmo estilo da pessoa", afirma, referindo-se a uma das técnicas que usa. "As minhas inspirações são sempre as formas orgânicas e sempre quis trazer a inovação. Gosto de focar-me em coisas que ainda não existem. Então estou sempre a ver a arquitetura e texturas. Acho que isso cria uma forma de autor e dá uma nova vida às peças".

A sustentabilidade é um dos principais pilares das peças de Rita Salgado, que acredita que o patchwok e a utilização de deadstok farão parte do futuro da moda. "É suposto manter e não estarmos sempre a fazer fast fashion. Toda a minha coleção tem peças sustentáveis. Por exemplo, este vestido foi feito com um tecido que estava na minha universidade parado e, como gostei da textura, decidi transformar em formas e camadas. Achei que devia ter outra vida", diz sobre um vestido vermelho que também faz parte da coleção Dimension e que levou para a ModaLisboa. 

A jovem designer gostava de ter estado presente no evento através da iniciativa Sangue Novo, que dá a conhecer novos designers todas as edições, mas reconhece que nem tudo ficou perdido. 

"Tentei o Sangue Novo, mas infelizmente ainda não foi desta vez. Porém, acho que quando se fecha uma porta abrem-se outras e só o facto de a Inês Gutierrez ter usado o meu casaco e botas, foi incrível e consegui expandir o meu trabalho", remata. 

O trabalho de Inês está ainda agora a começar e a galeria de imagens é um exemplo daquilo que tem para dar. O futuro dirá até onde pode ir. Quem sabe, chegar perto dos calcanhares do seu ídolo, Jean Paul Gaultier. "Inspirei-me bastante nele quando iniciei esta coleção. Adoro os desfiles dele, adoro as coleções. É a minha grande inspiração".

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