O que a mãe come durante a gravidez influencia não só o crescimento e desenvolvimento do bebé, mas também a sua saúde futura. A ciência mostra que a nutrição durante a gravidez representa uma janela crítica para determinar o risco de doenças crónicas como obesidade, diabetes ou doenças cardiovasculares na vida futura do feto.
Durante a gravidez, as necessidades nutricionais aumentam, mas isso não significa “comer por dois”. Significa comer melhor, escolher alimentos ricos em nutrientes essenciais como ácido fólico, ferro, cálcio, iodo, ómega 3, vitaminas do complexo B, entre outros. Estes nutrientes participam na formação do cérebro, do sistema nervoso e dos ossos do bebé, e ajudam a prevenir complicações como anemia materna, malformações fetais ou diabetes Mellitus gestacional.
Por exemplo, o ácido fólico, encontrado em vegetais de folha verde e leguminosas, é fundamental para prevenir defeitos do tubo neural. O ferro, presente na carne, peixe e leguminosas, evita a fadiga e ajuda no transporte de oxigénio. Já o ómega 3, abundante no peixe, mas também presente em frutos oleaginosos e sementes, contribui para o desenvolvimento cerebral e visual do bebé. É importante a grávida saber que apesar de saudável, o consumo de peixe durante a gravidez é limitado, devendo se manter entre 2 a 3 porções por semana.
Além da escolha dos alimentos, é importante cuidar dos hábitos: manter uma boa hidratação, eliminar o consumo de álcool, limitar alimentos ultraprocessados e reduzir o açúcar e o sal. O padrão alimentar mediterrânico caracterizado pela presença de frutas, legumes, grãos integrais, azeite, etc, continua a ser uma das melhores referências para uma alimentação saudável na gravidez.
Mas o impacto da alimentação não termina no parto. Estudos demonstram que o ambiente nutricional intrauterino pode “programar” o metabolismo do bebé, influenciando a saúde na vida futura, mas também por mais que uma geração. Assim, cada refeição da grávida é uma oportunidade de nutrir o presente e proteger o futuro.
