A Doença de Parkinson é uma doença crónica e progressiva do sistema nervoso central que consiste na perda de células produtoras de um neurotransmissor designado de dopamina. Ocorre tipicamente na 5.ª e 6.ª décadas de vida e estima-se que afete cerca de 1% da população com mais de 60 anos. Em Portugal, existirão cerca de 18 a 20 mil doentes. O principal fator de risco para desenvolver a doença é a idade, ou seja, com o envelhecimento aumenta a probabilidade de desenvolver esta doença.
Clinicamente, a Doença de Parkinson caracteriza-se pela combinação de sinais e sintomas, motores e não motores. Os sinais e sintomas motores designam-se globalmente de parkinsonismo e incluem a bradicinesia ou lentidão de movimentos, a rigidez, o tremor em repouso e a instabilidade postural e alterações de marcha. Os sinais e sintomas não motores estão habitualmente presentes aquando do diagnóstico e podem preceder os sintomas motores, em vários anos. Estes incluem depressão, distúrbios do sono, obstipação, hipotensão ortostática, alterações dos sentidos (diminuição do olfato ou paladar). A expressão clínica dos sintomas da Doença de Parkinson é variável, à semelhança da progressão da doença e resposta à terapêutica.
O diagnóstico da Doença de Parkinson deve ser sempre feito por um neurologista experiente e baseia-se na história clínica e no exame neurológico. Apesar dos esforços feitos ainda não se conseguiu desenvolver um biomarcador que consiga efetuar o diagnóstico preciso e prever a evolução da Doença de Parkinson.
Há vários exames possíveis de realizar quando se suspeita de Doença de Parkinson, e incluem análises clínicas e estudos de imagem (como TAC cerebral, Ressonância cerebral ou exames de Medicina Nuclear, como Dat-Scan).
Atualmente, não há nenhum medicamento capaz de atrasar ou reverter a doença de Parkinson. No entanto, esta é a área que tem merecido maior interesse de investigação, e assistimos à comercialização de novos fármacos e administrações inovadoras. Em Portugal, estão disponíveis vários fármacos para tratar os sintomas motores e não motores. O medicamento mais eficaz é a levodopa, mas há várias categorias farmacológicas possíveis, que se utilizam habitualmente em combinação. A cirurgia na Doença de Parkinson está apenas indicada para alguns doentes e não é curativa.
Para além do tratamento farmacológico, o doente beneficia de uma intervenção multidisciplinar que inclui os tratamentos prestados por Fisioterapeutas, Terapeutas da Fala, Nutricionistas, Psicólogos, Psiquiatras, Enfermeiros e Terapeutas Ocupacionais. Importa salientar a fisioterapia especializada para o tratamento da instabilidade postural e marcha, bem como a terapia da fala para as dificuldades de deglutição, salivação excessiva e fala.
Em caso algum o doente deve automedicar-se ou tentar qualquer tipo de alternativas terapêuticas sem aconselhamento médico.
Se suspeita de Doença de Parkinson deverá consultar um médico Neurologista.