Quem me conhece sabe que adoro hotéis. E, sejamos honestos, quando são de luxo, gostamos ainda mais. Quando surgiu o convite para uma noite no Bairro Alto Hotel, mesmo vivendo a poucos metros de distância, aceitei de imediato. É um daqueles lugares a que gosto de voltar. E, desta vez, até tinha algumas novidades para descobrir.
Os World Travel Awards, considerados os “Óscares do Turismo”, acabam de o reconhecer como o “Melhor Boutique Hotel de Portugal” em 2022 e é já a sexta vez que este hotel, no centro histórico de Lisboa, vence na categoria. Inaugurado em 2005, esta é, no entanto, a primeira vez que recebe a distinção após as obras de ampliação. E, sim, está maior, mas mantém o charme a que nos habituámos.
A minha experiência começou no novo 18.68 Cocktail Bar, no piso térreo, virado para o Largo Barão de Quintela. Ocupa as antigas instalações do quartel de bombeiros voluntários mais antigo do país, estabelecido no ano de 1868 (onde vai buscar o novo) e tem uma carta de cocktails, a maioria de autor, e uma variedade de snacks no conceito de finger food e de partilha. Das 18 propostas, escolhi uma que é indicada para começar a noite – a que chamam Os Maçaricos, um Old Cuban com Abuelo Anejo rum, hortelã, lima e champagne.
A noite continuou no BAHR, o restaurante que ocupa o quinto piso do hotel e que me deixa sempre na dúvida sobre se a melhor vista é para a cozinha aberta ou a do Terrace para os telhados de Lisboa, e claro, para o Tejo. Desta vez, para o momento gastronómico escolhi batata crocante com molho Char Siu; o couvert (sim, adoro o pão de trigo e aveia massa mãe com a manteiga Rainha do Pico); e, como prato principal, o Arroz de Carabineiros. E, já que a dieta estava estragada, para sobremesa optei pelas Farófias com Creme de Folha de Limoeiro e pele de leite. Não me perguntem pelo vinho, a carta é certamente maravilhosa, mas não é a minha arte.
E dormir a escassos metros de casa, admito que até pode ser estranho, mas convivo bem com esse (des)conforto. O Bairro Alto Hotel é uma experiência de luxo única no coração de Lisboa. Voltado para o Rio Tejo e no ambiente cosmopolita do Chiado, tem atualmente 87 quartos e suites, com tetos altos, lambris trabalhados, móveis feitos à medida e iluminação contemporânea. Um luxo e requinte despretensiosos, uma ode ao bom gosto e a garantia de uma noite de repouso.
E quem me conhece sabe que num hotel me deito a pensar numa única coisa: o pequeno-almoço. É domingo, Lisboa acorda com sol e escolho o Terrace para começar o dia. O casario lisboeta e o rio no horizonte acompanham-me na escolha da carta: uma seleção de pão, ovos mexidos, requeijão de vaca com mel e amêndoas, um croissant, um sumo natural, café (muito) e, a terminar, umas panquecas.
Sem pressa. É domingo, bebo mais um café e posso dizer que dormi (e recomendo) no “Melhor Boutique Hotel de Portugal”.