Estocolmo
Evasão

48 horas em Estocolmo: em família ou a dois

  • 20 ago 2022, 07:00
Redação

Aviso à navegação: Estocolmo não tem monumentos conhecidos no mundo inteiro, nem atrações célebres no Instagram ou ‘spots’ que são o ‘must see’ a qualquer custo.

O atrativo da capital sueca é mesmo viver o espírito citadino escandinavo no seu estado mais puro: passear nas ruas, entrar nas lojas, ver o mar nos vários canais e saltar entre as principais ilhas, sentar-se nas muitas esplanadas a beber um copo - e desfrutar. Mas claro que há mais.

Tempo de Viagem

Fácil, 4 horas. O que faz de Estocolmo uma ótima escolha para um fim de semana prolongado de 3 dias ou com algum feriado e ponte. Há voos que saem de Portugal bem cedo, o que permite aterrar às 13h (contar com mais uma hora de fuso horário), apanhar o comboio Arlanda Express e em 20 minutos estar no centro. Ou seja, facilmente estamos no hotel a fazer o check-in pelas 14h, comendo alguma coisa nas redondezas e prontos a desfrutar da cidade toda a tarde.

Quando viajar

Como se diz sempre: depende. O verão é ameno e tranquilo, podendo cair algum aguaceiro aqui e ali numa hora ou outra. Primavera e Outono mais frios mas trazem cores incríveis à paisagem, fruto do facto de Estocolmo como toda a Suécia ser privilegiada na sua flora com bosques incríveis e água sempre em redor e com o respeito sueco pela natureza, o que faz com que mesmo na capital haja árvores e parques como poucas cidades na Europa; passeamos sempre com a natureza entre nós. No inverno, já se sabe, o frio e neve são rigorosos e as horas de sol e luz escassas, mas sentimos que estamos mais perto do espírito natalício.

Quantos dias

2 ou 3 dias serão suficientes. Mas a cidade oferece razões para mais. Dependerá da carteira e do tempo disponível.

Modo “2 dias a dois”

COMEÇAR:

Convém escolher um hotel que fique central. Diria não alojar mais longe do que o parque Humlegarden (cerca de 15 minutos a pé do centro que se fazem muito bem). Estocolmo tem passeios largos, ciclovias e um respeito pelo cidadão como poucas cidades. Andar a pé é fantástico e romântico, com toda a cidade com os seus belos edifícios de fachadas cuidadas e inspirações francesa, italiana e germânica. E claro, estilo escandinavo.

Começar será sempre pelo centro histórico, Gamla Stan, onde se pode observar a pequena e bonita praça Stortorget, sede da Academia Nobel, palácio da Bolsa e as míticas fachadas das casas que se encontram em todos os postais e lojas de souvenir. Logo ali perto e mais abaixo uma das ruas mais incríveis, Vasterlanggatan, rua pedonal onde além das lojas merece a pena observar as fachadas históricas dos números 7, 27, 29, 33 e 68. Gosto pessoal: encontra-se aqui uma loja fantástica de livros e merchandising comic, desde Harry Potter ao Tintin, da Marvel ao Anime, do Warcraft a muitos outros universos do fantástico. Imperdível. Visitar Gamla Stan é também encontrar a Catedral, o Palácio Real e o Parlamento. Sem medos. É tudo muito perto. Numa tarde ou manhã está visto e fica na memória.

A seguir é caminhar até uma das marinas e locais a meu ver mais icónicos e ao nosso estilo português, Strandvagen. Repleta de bares e restaurantes, bancos para sentar e ver o canal, barcos e a bonita paisagem da cidade do outro lado. É também aqui que pela manhã ou tarde devemos apanhar o barco, num passeio magnífico de 2h45. Nós optámos pelo último horário, das 17h30, aproveitando a opção do jantar a bordo (pelas 19h); o custo é idêntico ao de qualquer restaurante da cidade, bem servido e com a otimização do tempo pois no regresso veremos o mesmo que já vimos à ida no barco e fica uma experiência romântica.

Desembarcando, merece o passeio até ao famoso jardim de Kungsträdgården, para um café, chá ou copo e dois dedos de conversa, com forte probabilidade de alguma atração estar aí a ocorrer. Avisa à navegação: o vinho é bastante caro no país; um copo custa o mesmo que uma garrafa em Portugal. Cerveja e cocktails estão em linha com os preços que praticamos cá.

SEGUNDO DIA:

Recomenda-se começar cedo passando primeiro pelo Mercado lindíssimo de Ostermalm Salluhal e seguir depois para Djurgarden e visitar o parque Skansen, onde a meias com alguns animais (linces, alces, ursos, raposas, leões marinhos e animais da quinta) se instalaram as casas típicas da Suécia, recuperadas, transportadas dos seus locais originais e remontadas aqui, numa lição de história da cultura sueca. Diria que 2h para ter um vislumbre do parque não é demais, sendo mais ajuizado contar com 3h. Pode-se sempre almoçar ali, havendo várias opções no parque com comida típica, de faca e garfo ou mais take-away (e esqueça quem ache que os suecos se deixaram poluir pelo fast food, pois aqui em Skansen só encontra opções típicas e bem integradas quanto ao menu).

A seguir, voltar a percorrer o caminho de volta, observar a incrível arquitetura do Museu Nórdico e deixar-se tentar pelo Museu Vasa ou pelo Museu dos Abba. Se a opção for ver mais coisas da cidade, é só continuar, virar e rever a famosa e bonita marina de Strandvagen e continuar até à praça Sergels Torg. Aqui já encontramos uma Estocolmo mais moderna (sempre ao estilo escandinavo). Devido ao clima, Estocolmo tem algumas ruas com lojas mas a grande maioria encontra-se dentro de espaços comerciais, muitos encontram-se aqui mesmo a circundar esta praça. Desde o IKEA, à Zara a muitas marcas típicas locais, há de tudo.

Para fechar e jantar encontram-se vários e bons restaurantes a bom preço mais perto do jardim Humlegarden, fugindo dos mais caros que presenteiam os turistas mais no centro. Mas de novo, há de tudo para todos os bolsos, sendo que encontramos a presença da carta italiana por tudo quanto é sítio.

Isso e balões de ar quente. Não se estranhe que se vejam a voar por cima da cidade. Há vários passeios sempre a decorrer.

Então e 3 dias em família?

Basta adicionar as visitas aos museus, de permeio aos dois dias descritos acima, que facilmente se preenchem os 3 dias.

Imperdível, o Museu Vasa

É o museu marítimo mais visitado do mundo e onde se pode ver o navio do século XVII que se afundou na viagem inaugural e esteve submerso 333 anos, estando ali reerguido e com 98% da madeira original. É como viajar até aos tempos dos piratas e imaginar o que vimos nos filmes agora à escala real e diante dos nossos olhos.

Abba

Museu divertido e repleto de histórias e objetos da banda, desde o seu início ao fim, com especial destaque para várias salas interativas; pode-se entrar numa cabine de som para tentar um karaoke, subir a um palco com hologramas e dançar no meio da banda, entrar num helicóptero usado num dos videoclipes... especial referência à sala circular onde estão alguns dos fatos mais míticos usados pelo quarteto, ainda hoje incrivelmente marcantes.

Grona Lund Tivoli

Caso a família seja de emoções fortes, aqui encontrarão montanhas russas e plataformas de queda livre para todos os gostos e adrenalinas.

Palácio Real, Parlamento Sueco ou o Conselho Municipal de Estocolmo

3 visitas mais relacionadas com o funcionamento político do país. Optámos pelo Conselho Municipal para entrar mais ainda na mecânica da cidade; a visita dura 90 minutos e podemos ver o salão azul (que não é azul) onde todos os anos se realiza o banquete dos laureados do Prémio Nobel, o salão de ouro e a câmara dos eleitos; a visita à Torre recomenda-se embora tenha de ser feita noutro horário, mas subir as escadas ajuda ao compromisso diário de exercício e as vistas da cidade do topo são um bilhete postal icónico a 360º.

Então e transportes?

Como disse, Estocolmo conhece-se muito bem a pé. É difícil encontrar no centro e sul da Europa cidades onde os peões sejam tão respeitados. Temos largos passeios e ciclovias e passadeiras por todo o lado e os automobilistas param ao menor vislumbre de um transeunte que se aproxime de atravessar a estrada.

Mas há uma alternativa igualmente ecológica, prática e divertida: trotinetes elétricas.

A cidade está pejada de opções. Bird, Voi, Lime, Dott, Tier, Bolt… É uma experiência fantástica, misturarmo-nos com os locais nas suas bicicletas e trotinetes, deslocarmo-nos pelo parque de Ladugårdsgärdet ou circular nas estradas até às zonas mais residenciais e de escritórios mais a sul e até ao miradouro de Mariaberget, vendo daí a linha do horizonte da cidade com as suas várias torres de igrejas e catedrais e canais. Convido a terminar com um cocktail ou uma cerveja antes de regressar ao hotel.

Dica para aproveitar os passeios de trotinete ou bicicleta: optar sempre pelos passes que estas apps oferecem, pois é muito fácil perdermo-nos pelas várias ruas e avenidas e não dar pelo tempo passar, o que pode fazer com que 2h custem 60€ no método por defeito ou 1/3 disso ou até menos, se recorrendo aos passes. Algumas das opções são mesmo vantajosas para 2 dias. Se há cidade para se usar trotinete elétrica, Estocolmo está no topo da lista.

Por fim, é deixar-se levar pelo modo calmo e discreto com que os suecos convivem nos bares, esplanadas e restaurantes, sempre respeitando o espaço do próximo.

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