Entramos no Torel Avantgarde https://www.torelavantgarde.com/ e sentimo-nos logo acolhidos. O hall decorado em madeiras maciças, tons e luzes suaves, uma sensorialidade orgânica que se espalha por todo o hotel. Se estende à zona da piscina, tão privada aos olhares exteriores que parecemos só nós ter acesso àquele recanto privilegiado em pleno bulício da cidade. E à sala de estar forrada a flores de tecido, colocadas uma a uma pelo staff, algumas caem do tecto como estalactites coloridas. “Como não tínhamos um jardim, a equipa trouxe-o aqui para dentro”, diz-nos num sorriso o rapaz que nos recebe.
Os pequenos terraços arborizados são do que mais gostamos neste lugar de descanso. Agora que o Torel se alargou a um novo edifício, não se perde a sensação de casa e ganha-se um naipe de belos quartos luminosos, feitos de tectos altos. E o Douro sereno que se avista de tantas janelas e algumas varandas.
Os quartos são bolhas de descanso em tons ricos e profundos, tudo pensado para encaixar numa estética precisa. Ficámos nesta nova ala, um edifício discreto, apalaçado e mais luminoso. O nosso quarto era inspirado no universo de Orson Wells, já lá vamos, a cama uma nuvem, tudo espaçoso na medida certa. O duche e a banheira virados para o vale, esta elevada junto à varanda, em podendo tínhamo-nos deixado ficar um pouco por lá em contemplações várias.
Também se ampliou o terraço do restaurante Tenro by Digby, que não experimentámos, mas o pequeno-almoço serve-se ali e continua muito bom e equilibrado: tem de tudo, sem ter demais, como é tão comum nos hotéis topo de gama. E a grande garrafeira climatizada, no centro da sala, avisa o que esperar da carta de vinhos, ou não estivéssemos sobre o Douro. Aquele mesmo terraço do restaurante agora observa a nova piscina do hotel, bem maior do que a original e igualmente bem situada, a admirar as vistas.
A pequena piscina original pertence agora a um apartamento 70 m2, e existem muitos mais segredos nas 21 suites do renovado Torel Avantgarde, e até nos seus 39 quartos, onde tudo é pensado ao mais pequeno pormenor. Como deve ser num cinco estrelas, claro, mas com um cuidado extra no design, outras das razões porque adoramos este hotel. Cada quarto tem personalidade própria e irrepetível, é decorado segundo a estética das décadas “avantgarde”, isto é, o bom gosto dos anos 30 e 40, por isso cada um é povoado por uma personalidade única, seja Fernando Pessoa, Amadeo Souza-Cardoso ou Vieira da Silva, seja Coco Chanel, Frida Kahlo ou o casal Charles e Ray Eames. E, para os seus interiores, foram escolhidas peças de tradição das artes e do artesanato português.
Encantou-nos a competência do novo Calla wellness & spa, que apesar de poucas salas, tem as mãos mágicas da Angela que é mais do que uma massagista, é uma terapeuta que vai a todos os cantos remotos, para relaxar e cuidar, combinando diferentes técnicas e escutando as necessidades de cada músculo e de cada terminação, o que é raro, ainda mais em spas de hotel. Tem sauna e “banhos sensoriais”, onde não só se alterna a temperatura, como a cor da água, banho turco e um pequeno ginásio. Se marcar um tratamento no Calla, mesmo não estando lá hospedado, tem ainda a sorte de poder relaxar com um chá ou um refresco, nas grandes camas sob as árvores.
Hotel Torel Avantgarde, Rua da Restauração, 336, 4050-501 Porto.