Vidago Palace
Evasão

O Vidago Palace é um paraíso na Terra. Não acredita?

Escolher este hotel, é saber que durante a estada o mundo lá fora não existe e as únicas preocupações que nos assolam são as decisões entre a piscina, o spa ou uma refeição divinal.

Ao contrário daquilo que seria expectável, começo a contar-vos a minha experiência pelo fim. Estou sentado à espera do Intercidades que me vai levar de volta a Lisboa. Para trás ficam dias inesquecíveis. Não só porque o Vidago Palace é, de facto, um lugar memorável pelo edifício imponente e a decoração soberba, mas porque lá dentro nos sentimos em casa e nunca mais um hóspede, mas sim parte integrante deste lugar mágico.

A história

Não há como falar do Vidago Palace sem falar da sua história. No início do século XX, quando as estâncias termais eram o hit do momento, o Rei Carlos I queria um palácio luxuoso para se retirar com a sua entourage e receber a nobreza de todo o mundo. O que é que ele fez? Encomendou um palácio ao mesmo nível das melhores estâncias termais da Europa em 1908. E como já todos sabemos, pouco depois foi assassinado.

Ainda assim, a construção prosseguiu e a infraestrutura ficou concluída como planeado e a inauguração estava marcada para o dia 06 de outubro de 1910, com a presença do filho e sucessor, o Rei Manuel II. Mas, mais uma vez, a vida trocou-lhes as voltas e o rei foi deposto um dia antes, a 05 de outubro de 1910. Ainda assim, a inauguração decorreu como o esperado, mas desta vez feita com o hotel como um símbolo da implantação da República Portuguesa. Nos anos que se seguiram à inauguração, as elites de todo mundo escolhiam o Vidago Palace como destino e por lá fizeram-se grandes festas.

Mas, e há sempre um mas, as pessoas descobriram que fazer férias na praia era divertido e as termas caíram em desuso. A II Guerra Mundial não ajudou também. Ainda assim durante todo o século XX, o hotel permaneceu em funcionamento, mas sem o brilho que outrora emanava.

O grande regresso

Um século passado da sua inauguração, em 2010, o Vidago Palace Hotel reabre cheio de esplendor, dando assim um novo fôlego a este local histórico.  Agora alinhado com os critérios de conforto e de luxo do século XXI, sem sacrificar o seu património arquitetónico e a identidade. Os principais responsáveis por este renascimento foram os arquitetos de interiores José Pedro Lopes Vieira & Diogo Rosa Lã, e o arquiteto Álvaro Siza Vieira, que criou o novo Spa e o Club House.

Com uma perna nas grandes casas aristocráticas e outra nos tempos contemporâneos, este hotel conserva ainda detalhes da construção original, e exibe, ao longo dos seus corredores, materiais nobres, móveis tailor-made, alguns recentes, outros originais da sua inauguração, papéis de parede em seda com motivos expressivos e luminária criteriosamente selecionada.

Mas por que é que vale a pena?

Se chegou até aqui, é impossível que esta história não lhe suscite curiosidade. O simples facto de entrar nos jardins é entrar num outro universo, é viajar no tempo, é estar rodeado de natureza e desligar de todo o barulho que diariamente nos consome. Mas se ainda assim não está convencido, atente nas próximas linhas.

O que fazer no Vidago Palace?

Se o intuito é descansar, o SPA Termal, com produtos da Clarins, é a escolha mais do que óbvia. A massagem de relaxamento é uma experiência obrigatória e, por experiência própria, é impossível sair daquela sala de massagens a mesma pessoa que entrou. Ao dispor tem ainda uma piscina interior, uma sauna e ainda tratamentos termais.

Se uma viagem gastronómica é assim o ex-líbris de qualquer viagem, fique a saber que tem disponível três restaurantes.

No Salão Nobre o produto local, as raízes e o requinte. Pratos tradicionais no Norte do país ganham uma vida mais sofisticada e condizente com o cenário que os rodeia, tudo pensado pelo Chef Vítor Matos.

Na Garrafeira vamos encontrar a tradição a linguiça, a alheira transmontana, o presunto ibérico, os covilhetes de Vila Real, os pastéis de Chaves, as favas com enchidos de região, mas também as pataniscas de bacalhau e as costeletinhas em vinhas d’alhos, são algumas das opções que têm tornado a Garrafeira num dos espaços mais acorridos do hotel.

Já no Lobby Bar, a sala Quatro Estações recebe luz natural em abundância durante todo o ano graças à sua tripla exposição solar. Concebida no estilo de um salão literário do século XVIII, dá ainda acesso para a esplanada na varanda principal do edifício, o local ideal para um almoço mais rápido, ou para um cocktail ao fim do dia.

O Vidago Palace é a escolha certa?

Sim. O Vidago Palace é uma escolha certa hoje, amanhã e, se a qualidade permanecer como aquela que a Versa experimentou, será sempre um tiro certeiro. As camas e as almofadas dão-nos umas noites de sono divinais – e se tiver a oportunidade, escolha a Junior Suite com um pequeno terraço. Numa era tão frenética como aquela que vivemos, tirar tempo para desfrutar de pequenos (grandes) prazeres da vida deve ser uma prioridade. E tenho a certeza que depois de experimentar este hotel, o difícil será não fazer outra reserva.

Vidago Palace
Parque de Vidago, Apartado 16, 5425-307 Vidago

Design e Artes

Paula Rego está toda na sua grande tela The Dance

São poucas as artistas que deixam um buraco no coração e um vazio na história. Paula Rego deixou-nos, das mais carismáticas e fortes pintoras portuguesas, há muito radicada no Reino Unido. A Versa relembra-a apartir da sua magnífica obra The Dance – que ela dizia ser uma súmula de tudo o resto. Um quadro que parece um sonho e podia ser uma metáfora dos dias de hoje: dancing until the end of love

Evasão