Ainda hoje, no século XXI, há lugares no mundo que permanecem praticamente desconhecidos para a maioria das pessoas, não por estarem escondidos num mapa, mas porque escapam entre outros que se foram tornando mais populares. Felizmente, esses locais secretos estão pacientemente à espera de serem descobertos, sendo um desses lugares o Estado do Piauí, no nordeste do Brasil.
Curiosamente, são agora os portugueses que estão a redescobri-lo, três séculos depois de pisarem pela primeira vez a região.
Em 1722, os portugueses estabeleceram as primeiras estruturas administrativas na região, mais precisamente Domingos Afonso Mafrense, uma das principais figuras na ocupação do território, tornando-se um dos primeiros colonizadores dos Sertões do Piauí. Esta ocupação marcou o início de uma ligação que, embora enfraquecida pelo tempo e pela progressiva atenção dada a locais mais turísticos, como a Bahia, nunca foi totalmente esquecida.
Hoje, redescobre-se o Piauí à boleia da iniciativa "Piauí 300 anos", que reconhece o rico património arqueológico – com destaque para o Parque Nacional da Serra da Capivara, lar de algumas das mais antigas pinturas rupestres das Américas –, a diversidade cultural e histórica, com influências indígenas, portuguesas e africanas, e a beleza natural ainda em estado quase selvagem.
O projecto “Piauí 300 anos” prevê uma série de atividades entre Portugal e Brasil, incluindo exposições, intercâmbios académicos e residências artísticas. A ideia é promover uma visão contemporânea da relação luso-brasileira, com raízes históricas, mas virada para o futuro.
Na galeria de imagens, mostramos a terra onde o passado colonial português se encontra com o presente brasileiro.