Em Portugal não falta património para incluir nos roteiros de viagem, incluindo a Torre de Belém, a Sé do Porto, ou o Templo Romano Évora. Há outros, no entanto, que não constam nos planos dos turistas por estar proibida a entrada ou por não estarem prontos para receber visitantes.
Este último caso é o que acontece com o Palácio de Pina Manique, na Azambuja, edifício de arquitectura neoclássica, que integra no centro uma igreja, à semelhança do que acontece com o Palácio de Mafra.
A estrutura foi mandada construir no final do século XVIII por Diogo Inácio de Pina Manique (também conhecido como Manique do Intendente), após a rainha D. Maria I lhe ceder aquelas terras, no entanto, o projeto, que incluiria o palácio, a Câmara Municipal, o pelourinho, o Palácio da Justiça e a igreja, não ficou completamente concluído até à sua morte, em 1805, com exceção da igreja com capela.
O tempo deixou o palácio à mercê da degradação, em 2010 foi feita uma obra de consolidação da fachada que envolveu um investimento de cerca de 35 mil euros, embora o objetivo fosse apenas garantir a segurança de quem circulasse por ali.
Mais tarde, em 2023, o potencial da capela com 300 anos captou a atenção da autarquia, que converteu aquela parte do Palácio de Pina Manique no Centro Cultural de Manique do Intendente, passando a acolher concertos, peças de teatro, conferências e exposições.
À parte da capela, na qual é possível entrar sempre que há eventos, as visitas ao Palácio de Pina Manique continuam interditas. Contudo, a fachada inacabada dá um certo mistério ao edifício, que merece ser admirado por fora e, por isso, fazer parte dos roteiros.