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Positano: “um lugar de sonho que não parece bem real”

Esta semana vamos viajar para o coração da costa Amalfitana, para um dos meus destinos preferidos de Verão: Positano.

Esta antiga vila piscatória, apesar de existir desde o ano 6.000 A.C., apenas entrou na rota internacional nos anos 50, com a visita do escritor John Steinbeck. Autor de grandes obras literárias, entre as quais “As Vinhas da Ira”, Steinbeck foi lá parar depois de Alberto Moravia, seu colega italiano de profissão, lhe ter dito que este era um dos locais mais bonitos de Itália. Quando lá chegou, o escritor ficou tão encantado que a sua vontade foi partilhar de imediato com o mundo quão espantosa era Positano.

Depois, ficou com medo de o fazer: “If I tell, it will be crowded with tourists and they will ruin it, a honky-tonk and then the local people will get touristy and there’s your lovely place gone to hell”. Não estava longe da verdade e fico indecisa se lhe devemos agradecer, ou não, o facto de, no final, ter tornado famosa esta localidade. Hoje, é preciso escolher a data certa para visitar Positano: se forem entre final de Maio e início de Junho, ou então final de Setembro, épocas onde ainda é possível fugir das multidões, vão achar o lugar idílico. Caso contrário, correm o risco de se sentirem atropelados pelas hordas de turistas que afluem ao local, ou quem sabe não são mesmo atropelados por um carro ou motoreta: é que os acessos são péssimos, as estradas muito estreitas, tornando quase uma missão impossível circular por ali.

Mas o que faz então com que o mundo todo queira aqui passar? Justamente o facto de causar a mesma impressão a todas as pessoas que aqui chegam: a de ser “um lugar de sonho que não parece bem real, e que apenas se torna real depois de ali se ter estado” (Steinbeck). Confusos? Então experimentem visitar esta vila levantada em socalcos, feita de ruas sinuosas e caminhos de escadas, e digam-me se, apesar disso, não tem uma magia própria? Acrescento que ainda mais a vão entender quando entrarem num dos seus míticos hotéis, como é o caso do La Sirenuse - que fica mesmo no centro de Positano, um dos primeiros hotéis a abrir na região, localizado num charmoso palácio pertencente à antiga aristocracia italiana -, ou o San Pietro di Positano – construído no promontório seguinte, a partir de onde se consegue ter uma das melhores vistas sobre Positano.

No San Pietro, e graças à sua exclusividade, consegue fugir à sensação do turismo em massa que ameaça a costa Amalfitana. Acabado de completar 50 anos, e mantendo-se até hoje nas mãos da família original, este continua a ser um dos hotéis mais solicitados da região, graças ao seu luxo elegante e intemporal. Carlo Cinque sonhou este paraíso, construído sobre socalcos, sem ter qualquer formação em Arquitetura ou Engenharia, o que torna ainda mais espantosos os seus feitos, ao ter conseguido projetar, sem erro, os belíssimos terraços em diversos níveis do hotel; bem como o famoso elevador que desce 90 metros dentro de um penhasco; além do túnel, com de mais vinte metros, aberto entre as rochas, que nos permite ter acesso à praia.

Já junto ao mar, Carlino, como era conhecido entre os amigos, ainda construiu uma plataforma fixa onde instalou o beach club, a partir de onde os que gostam de mar podem apanhar os seus banhos de sol ou sair para um passeio de barco pela costa. Passeio este, aliás, que vale muito a pena, e que podem garantir no próprio barco do hotel, que é muito confortável, mimo disponibilizado gratuitamente aos hóspedes (ou será que se deve dizer: que já está incluído no preço?!?). Quem preferir descer até à praia pelas escadas, uma descida e tanto, pode usufruir de um passeio pelo fantástico jardim onde o San Pietro produz os seus próprios produtos orgânicos. A decoração de todo o lugar é marcada pelos famosos painéis de cerâmica característicos da região que, nas varandas, retratam cenas da vida diária.

Quando já estiver bem instalado, não se esqueça de comer uma pasta al limone, iguaria obrigatória em Positano dada a sua abundância, nem de se perder entre as mil e uma lojinhas da vila, onde encontra incontáveis opções de compras com o famoso Limão. Entre roupas a peças de cerâmica, uma coisa é certa: não pode voltar para casa sem uma lembrança do citrino. Até porque se o fizer se vai arrepender: onde acha que a Dolce & Gabbana se inspirou para criar os seus famosos padrões de limões? Em Positano e Capri, bem como nos seus produtores locais. Os famosos costureiros italianos apenas otimizam os modelos, com uma modelagem acurada e tecidos melhores.

Por fim, marque uma mesa para jantar no terraço do hotel Le Sirenuse, caso não esteja lá instalado, porque vale muito a pena. Músicos italianos animam o serão com a tradicional música napolitana, fazendo deste, para mim, o restaurante mais romântico da região. Não se estranhem se saírem de lá, se não com um pedido de noivado, pelo menos com uma grande declaração de amor, quem sabe até em italiano, dependendo da inspiração de quem o acompanha.

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