Os Açores estão em alerta máximo devido à passagem do ciclone tropical Gabrielle, furacão que deixou de ser de categoria 1 e passou a ser uma depressão pós-tropical, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). O período mais crítico prolonga-se até às 9h00 locais (10h00 em Portugal Continental), tendo para já provocado seis ocorrências, cinco na ilha do Faial e uma na ilha de São Jorge (no concelho da Calheta), de acordo com o Serviço Regional de Proteção Civil e Bombeiros dos Açores (SRPCBA) em comunicado.
Apesar do alerta, prevê-se que o período mais crítico do furacão esteja prestes a acabar e a população possa descansar. Felizmente, não se repete o mesmo que aconteceu em 1994 perto do México, ano em que o furacão John foi uma exceção impressionante: durou 31 dias inteiros, tornando-se no ciclone tropical de maior longevidade já registado.
Tudo começou no Pacífico Central. O sistema depressivo ganhou força rapidamente e transformou-se num furacão que desafiou todas as estatísticas. O que torna John tão fascinante é que, devido às correntes atmosféricas e à sua posição única no oceano, atravessou diferentes zonas de monitorização meteorológica. Durante a sua jornada, chegou a ser classificado como furacão, tufão e depois novamente furacão, dependendo do lado do Pacífico em que se encontrava.
Percorreu mais de 13.000 quilómetros no oceano Pacífico e, em alguns momentos, atingiu a poderosa categoria 5 na escala Saffir-Simpson.
Apesar da intensidade, o furacão John ficou maioritariamente sobre o mar. Se tivesse seguido rumo ao continente, poderia ter sido uma catástrofe de enormes proporções. Ainda assim, algumas ilhas remotas sentiram os seus efeitos com chuvas fortes e ventos intensos.
O legado de John não está na destruição que causou, mas sim no recorde que estabeleceu e que até hoje continua imbatível. Felizmente.
