Fotografia: reprodução do filme 'The Taste of Things'
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Comes muito arroz? Vais preferir batatas ou massa ao ler este artigo

Nem sempre o arroz é boa ideia, especialmente o integral para surpresa de muitos. Existem riscos associados, mas há estratégias para contorná-los.

Há milénios que o arroz faz parte da base da alimentação e está incluindo em muitos pratos típicos de várias regiões do mundo, desde o nosso Arroz de Cabidela ao Nasi Goreng da Indonésia. É tão comum inclui-lo à mesa que, provavelmente, nunca imaginámos que nele está presente um composto perigoso: o arsénio. 

O arsénio está, naturalmente, presente no nosso planeta, em minerais e dissolvido na água, e existem dois tipos: o orgânico e inorgânico. Enquanto o primeiro pode ser encontrado em alimentos como peixe e marisco e é menos tóxico, o inorgânico é considerado tóxico e até classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como carcinogénico. E onde é que o encontramos mais? Precisamente no arroz. 

A razão é simples: o arroz é geralmente cultivado em campos alagados (arrozais), nos quais a água cobre o solo, facilitando a libertação de arsénio inorgânico presente no solo e nos minerais para a água. Por sua vez, as plantas de arroz absorvem a água contaminada pelas raízes, juntamente com o arsénio, que se acumula nos grãos.

Tendo isto em conta, é fácil perceber que tipos de arroz e produtos à base de arroz têm maior quantidade de arsénio:

– O arroz integral tende a ter níveis mais altos de arsénio, uma vez que se acumula nas camadas externas do grão (farelo), enquanto no arroz branco, refinado, as camadas externas são descartadas, logo vai conter menos arsénio;

– Bebidas vegetais feitas a partir de farelo de arroz (uma das camadas externas do grão), podem conter níveis significativos de arsénio, sendo uma melhor alternativa bebidas produzidas a partir de outros cereais ou frutos secos;

– Bolachas de arroz, snacks de arroz e farinhas de arroz tendem a concentrar arsénio. Há outras alternativas, por exemplo bolachas de milho ou farinhas de aveia, espelta ou milho.

Temos de deixar de consumir arroz? 

A resposta é não. Quem o diz é a nutricionista Sandra Gomes Silva, que através das redes sociais faz o alerta e transmite que, de forma equilibrada, o arroz não tem de sair da alimentação. A melhor forma de reduzir os riscos é não exceder a quantidade diária definida pela União Europeia, que é possível calcular através de uma folha de cálculo desenvolvida pela própria nutricionista.

Tendo em conta que o limite máximo está entre 0,3 e 8 microgramas de arsénio por quilo de peso corporal por dia, se pegarmos no exemplo de uma pessoa com 65 kg, deve consumir no máximo 300 gramas de arroz branco cozinhado.

Mas para além de fazer cálculos, a nutricionista Sandra Gomes Silva deixa cinco recomendações para o dia a dia.

1. Evitar consumir arroz em excesso;

2. Evitar que o arroz seja o acompanhamento de todos os almoços e jantares;

3. Variar o arroz com outros cereais, como massa, quinoa, couscous, e tubérculos, como batata ou batata doce;

4. Evitar bebidas de arroz, especialmente na infância;

5. Quem não quer abdicar do arroz, especialmente o integral, lavar muito bem ou demolhar durante 30 minutos, porque vai reduzir significativamente o teor em arsénio. 

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