Como contou à VERSA a nutricionista Daniela Ferreira, o café (sem adição de açúcar) apresenta vários benefícios. Além de ser um “alimento que apresenta poucas calorias", é "rico em magnésio, fosforo, potássio, e o seu consumo, desde que não seja excessivo, apresenta benefícios como diminuição do risco de surgimento de doença cardíaca, proteção do fígado e redução do risco de diabetes tipo II”, entre outros. Quer isto dizer que o descafeinado não se recomenda? Talvez não.
O que há para gostar num descafeinado?
Tendo por base estudos recentes apontados pela publicação Psychology Today, o descafeinado é também rico em antioxidantes, tendo compostos como o ácido clorogénico, que podem reduzir o risco de diabetes tipo 2. E oferece também propriedades anti-inflamatórias que beneficiam o cérebro. Mesmo sem a cafeína, o descafeinado ajuda a proteger contra doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, melhorando a saúde cognitiva a longo prazo. Quanto à proteção cardiovascular, estudos mostram que o consumo moderado de descafeinado também está associado a uma menor incidência de doenças cardíacas, embora os benefícios possam ser ligeiramente menores do que os do café com cafeína (mas, atenção, isto não significa que se recomenda café a quem sofre de problemas cardíacos).
Curiosamente, o descafeinado é também “amigo dos dentes”, uma vez que a trigonelina presente no descafeinado pode ajudar a prevenir cáries dentárias.
Mais quais os contras?
Alguns processos de descafeinação utilizam solventes químicos, como cloreto de metileno ou acetato de etila, que podem deixar resíduos no café. Embora as quantidades geralmente sejam consideradas seguras, quem quer evitar aditivos químicos pode preferir métodos naturais no seu descafeinado.
Ainda que o descafeinado tenha antioxidantes, como já referimos, o processo de remoção da cafeína pode reduzir a concentração de alguns antioxidantes que encontramos no café, o que significa que o descafeinado pode não oferecer o mesmo nível de proteção antioxidante.
E, claro, o que todos já sabemos. A falta de cafeína significa que perdemos os benefícios estimulantes do café, como aumento da concentração, melhor memória e desempenho cognitivo. Ou seja, não tão vantajoso para quem quer se quer manter mais alerta.
No final das contas, o descafeinado é, ao contrário do que poderíamos imaginar, uma feliz alternativa para quem deseja os benefícios do café sem a cafeína. Prefiras café ou descafeinado, a moderação é fundamental, assim como consultar um profissional de saúde que possa ajudar a determinar o que é melhor para o teu estilo de vida.