Alex Atala é o cabeça de cartaz do festival
Gourmet

Um estrela Michelin a cozinhar formigas?

É apenas um entre muitos detalhes a descobrir no Foodtopia, o primeiro festival de comida de rua, a acontecer nos dias 3 e 4 de julho no Jardim Botânico Tropical de Belém. Street food, mas em chique, cozinhada por cerca de 50 chefs nacionais e internacionais de topo, do brasileiro Alex Atala a Henrique Sá Pessoa, de Rui Paula a Marlene Vieira. Mas não só, espere o mundo.

Esta é a primeira vez que conheceremos o Foodtropia, a feast of food & stories, um conceito da plataforma de comunicação gourmet Amuse Bouche, com o apoio da Câmara de Lisboa e do Turismo de Portugal, porque a comida é um dos pilares mais fortes que sustentam a cultura de um país – dos primeiros a conhecer por quem o visita, e dos últimos a desaparecer da nossa memória afetiva.

O brasileiro Alex Atala é o embaixador, esse mesmo, do famoso DOM de São Paulo, duas estrelas Michelin, e vai mostrar a Amazónia de uma forma que quase ninguém provou: em pratos que incluem uma formiga local que, ao que parece, tem imenso que se lhe diga. Criativa, emocional e gastronomicamente falando. E, atenção, o Foodtropia reune cerca de 50 nomes da cozinha, e entre eles os chefs Henrique Sá Pessoa (Alma, Lisboa, 2* Michelin), Rui Paula (Casa de Chá Boa Nova, Leça da Palmeira, 2* Michelin), Gil Fernandes (Fortaleza do Guincho, 1*Michelin) Michele Marques (Mercearia Gadanha, Estremoz), Marlene Vieira (Marlene, Lisboa) ou António Galapito (Prado, Lisboa). Mas também vão estar representados três símbolos da gastronomia tradicional portuguesa: como a icónica cervejaria Ramiro (Lisboa), o Solar dos Presuntos e, fora da capital, a Mugasa, em Anadia.

Além da cozinha portuguesa de vários pontos do país, estarão representados países como Brasil, Angola Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, Goa ou Macau, e nomes como o reconhecido chef angolano Helt Araújo ou o “rei da cachupa” Tony Fox, que tem origens cabo verdianas e um restaurante concorrido em Lisboa. A ideia deste projeto é também contar histórias à volta da comida, “exaltando a importância dos fluxos migratórios para a riqueza gastronómica que hoje partilhamos num mundo globalizado”, lemos no comunicado de imprensa.

Como está inserido na programação da Temporada Cruzada Portugal-França 2022, o festival contará ainda com chefs franceses, alguns a viver em Portugal, como é o caso de Vincent Farges (Epur, Lisboa, 1* Michelin), e outros vindos de França como Krishna Léger  (Volver, Serviers-et-Labagne) ou o chef nómada francês Jean-Luc Damien-Verdeau.

O Foodtopia será não só uma celebração da cozinha, mas uma partilha de estórias, que os pratos sempre contam, dos países, das culturas, das misturas de um mundo cada vez mais aberto, também através de momentos de música, leituras e instalações artísticas. E isto tudo no belíssimo Jardim Botânico Tropical que também ele simboliza esses cruzamentos e travessias no Oceano, com mais de 100 anos de História e mais de 600 espécies de origem tropical ou subtropical de diferentes continentes. “O propósito do festival é fazer da gastronomia o centro nevrálgico de uma celebração verdadeiramente global.”

Dias 2 e 3 de julho, entre as 12.00 e as 23.00 (gratuita para crianças até aos 12 anos) e os pratos têm o preço único de 6 €. Pré-reservas em www.foodtopiafeast.com ou do email info@foodtopiafeast.com

  

 

 

 

 

 

 

 

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