Surgiu na Praça do Rossio, em Lisboa, no século XIX como o Botequim do Gonzaga. Depois ficou conhecido como Café Freitas e, só mais tarde, como Café Gelo.
Este restaurante lisboeta, durante décadas frequentado por figuras influentes da arte, literatura e política, foi também o palco de alguns dos momentos importantes da história portuguesa, em particular o dia 1 de fevereiro de 1908, quando Alfredo Luís da Costa e Manuel Buíça partiram do restaurante para assassinar o rei D. Carlos e o seu filho D. Luís Filipe, regicídio que veio a desencadear as condições para a Implantação da República Portuguesa.
A política sempre fez parte do ambiente deste espaço. Na década de 50 ficou conhecido como Gelo por receber escritores e artistas do Grupo do Café Gelo, entre eles Natália Correia e Mário Cesariny, que desafiavam a repressão do Estado Novo. Contudo, a partir da década de 90 o conceito e ambiente fmudaram.
O espaço foi reinventado como hamburgueria e mais tarde, em 2003, outra reviravolta levou os novos proprietários a devolverem o nome original, Café Gelo, reabrindo o espaço como pastelaria e restaurante. Mas as mudanças não ficaram por aqui.
Foi preciso conhecer todo este contexto histórico, para dar as boas-vindas ao novo capítulo: Gelo Cervejaria e Marisqueira. Este é o novo nome do restaurante que assistiu a momentos que marcam a história portuguesa, que não foram esquecidos, como contam as paredes e os pratos com nomes de figuras de relevo que passaram pelo restaurante, como o T-Bone Miguel Torga (€35,90) ou a paella de polvo Miguel de Cervantes (desde €19,90).
Para além destes, há receitas portuguesas com um toque moderno, incluindo na forma como os pratos são apresentados. É exemplo disso o quarteto de bacalhau (para três a quatro pessoas), que inclui bacalhau com broa, bacalhau à lagareiro, bacalhau à minhota e bacalhau à Brás (€69,90).
O restaurante está localizado na Praça Dom Pedro IV 64, em Lisboa, e para reservar basta uma chamada (+351 213 426 288).